sábado, 4 de janeiro de 2014

EDUCAÇÃO: A DIFERENÇA ENTRE DIONÍSIO CERQUEIRA X CHAPECÓ

''Vergonha... É uma disciplina que falta para muitos administradores públicos (...)''

Em Dionísio Cerqueira o Prefeito Altair Rittes encerra o ano repassando uma Gratificação de R$ 1.000 (1 mil) reais aos professores, como um Vale Alimentação Extra. 

Aqui em Chapecó o Prefeito e sua "Trupe Cara de Pau'' finaliza o ano apresentando o tal do PCCV, como uma caixinha de pandora liberando os maus espíritos. O que nos diferencia para além dos 200 km que nos separa, é que:

- Lá o prefeito concede um Vale Alimentação Extra, aqui um VALE VERGONHA;

- Lá o prefeito concede um Vale Valorização, aqui um VALE DECEPÇÃO;

- Lá o prefeito concede um Vale Incentivo, aqui um VALE PREJUÍZO;

- Lá o prefeito concede um Vale Educação, aqui um VALE DESPREZO;

- Lá o prefeito concede um Vale Dignidade, aqui um VALE INSANIDADE;

- Lá a arrecadação de impostos é muito menor e a valorização do Professor parece muito maior, aqui arrecadação é dezenas de vezes maior e valorização do servidor público muito menor. 

Certamento lá o prefeito não dá 150 mil de ''BOLSA ALFAFA'' pra Cavalo de Raça, mas repassa gratificação aos seu professores e investe na Educação. Enquanto aqui a prioridade são criadores de cavalo e não os formadores educacionais, 

Certamente por ''LÁ'' o prefeito não gasta 25 milhões em publicidade para fazer caixa 3 de campanha. E muito menos pra dizer que sobra Vagas em Creches, que a Educação é referência Nacional com dados fabricados internamente e que não refletem a realidade das escolas pintadas de azul. 

Acredito que por ''LÁ'' ainda perdura os princípios universais da ética, da transparência e da valorização dos seus munícipes. - E aqui? - OS PROCESSOS NA JUSTIÇA POR SI SÓ RESPONDEM!

Lá eu conheço o compromisso com a Educação, pois dei aula como professor substituto no Curso Pós Médio em Agroecologia, um projeto do Prefeito atual, enquanto aqui eu já perdi a noção com tanta mentira e manipulação.

Parece que ALI em Dionísio Cerqueira o ano vai começar animado na Educação. Aqui vai começar conturbado e com promessa de agitação. FELIZ ANO NOVO aos irmãos da fronteira, enquanto aqui nós continuaremos comemorando o ANO VELHO como fazemos há mais de uma década na Educação. 

Entre nós e eles se abre uma fissura que demarca a fronteira da transparência e a nossa dúvida obscura. O que falta entre tantas coisas?

VERGONHA... É UMA DISCIPLINA QUE FALTA PARA MUITOS ADMINISTRADORES PÚBLICOS EM ESPECIAL DA CIDADE CHAPECÓ.

Neuri Adilio Alves
Professor Pesquisador

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

REVISTA VEJA e a Piada aos Catarinense!

"Ou esses parlamentares são bons demais por ocuparem tantos cargos, ou os Eleitores Catarinenses são NOTA '0' (zero). - EU FICO COM A SEGUNDA!"

Só nos resta rir caros Catarinenses, pois isso nos imunizará da vergonha nacional de uma Revista que escolhe nossos parlamentares entre os melhores do Congresso (embora não precise muito) não dá pra digerir. E muito menos ser objeto de nosso orgulho, afinal não devem estar a serviço de nossos cidadãos pelo pouco que fazem pelo estado. Além de aparecerem somente em período Eleitoral com milhões de investimentos para obter êxito eletivo. 

Devem estar a serviço da própria Revista Fascista e seu LC-Lobismo de Corredor que a mesma sustenta em Brasília visando manter e ampliar suas ambições. Ou alguém concorda com as notas recebidas pelos bonecos da iniciativa privada e suja de nosso estado: 

- Onofre Santo Agostini (PSD)........................................................................Nota 10,0 ____1º LUGAR 

- Cassildo Maldaner (PMDB).........................................................................Nota 8,6 _____2º LUGAR 

- Paulo Bauer (PSDB).....................................................................................Nota 8,0 _____4º LUGAR 

- Esperidião Amin (PP)...................................................................................Nota 7,5 _____14º UGAR 

Aqui em Santa Catarina eles são muito bem falado no período Eleitoral pelos milhões que investem em campanha, mas de trabalho para o Estado Catarinense muito pouco ou nada mesmo se ouve falar. 

RACIOCINEM COMIGO: 

1 - @ ONOFRE SANTO AGOSTINI - desde 1973 quando foi Prefeito de Curitibanos, 4 vezes deputado Estadual e atualmente Federal. Soma 40 anos sugando a máquina pública e o aparelho de estado. 

1.1 - É o parlamentar escolhido pela Revista Veja como NOTA 10! 

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2 - @ CASSILDO MALDANER - desde 1975 soma 38 anos vivendo da politica. De vereador no município de Modelo/SC á, Deputado Estadual e Federal, Chegando a Governador e atualmente Senador. 

2.1- Possui duas Aposentadoria como ex-governador e como Senador. - E NÓS QUE PAGAMOS! - É o Parlamentar escolhido pela Revista Veja como a NOTA 8,6. 

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3 - @ ESPERIDIÃO AMIN - desde 1975 quando foi nomeado Prefeito de Florianópolis pelos Militares, sempre ocupou cargos Públicos, como Prefeito - Deputado Federal - Governador e Senador; 

3.1 - Possui duas Aposentadoria como ex-governador e uma como Senador. - E NÓS QUE PAGAMOS! - É o Parlamentar escolhido pela Revista Veja como a NOTA 7,5. 

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4 - @ PAULO BAUER - desde 1986 quando se elegeu deputado estadual sempre mamando na máquina pública até o Senado. - Foi um dos piores Secretário de Educação que Santa Catarina já teve. Chegou ao senado no pescoço de Luis Henrique. 

4. 1 - Esta automaticamente aposentado como Senador da República. - E NÓS VAMOS PAGAR! - É o Parlamentar escolhido pela Revista Veja como a NOTA 8,0. 

AFINAL: A SERVIÇO DE QUEM ELES ESTARIAM EM BRASILIA? 

Ou esses parlamentares são bons demais por ocuparem tantos cargos, ou os Eleitores Catarinenses são NOTA '0' (zero). - EU FICO COM A SEGUNDA!

Neuri Adilio Alves 
Cidadão Catarinense - Professor Pesquisador

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Contra a imbecilidade do atual anticomunismo

Publicado em 17/12/2013, por Leonardo Boff

"O atual anticomunismo revela a anemia de espírito e a pobreza de pensamento que estão prevalecendo como disfarce para esconder o desastre que significa a economia de mercado, (...)'

Mauro Santayana é um dos jornalistas mais eruditos do jornalismo brasileiro. Sempre comprometido com causas humanitárias, contundente e dotado de um estilo de grande elegância. Somos colegas como colunistas do Jornal do Brasil-on line. Recentemente, no dia 17/12/2013, publicou um artigo sob o título HABEMUS PAPAM com o qual me identifiquei imediantamente. Sofro ataques imbecis de que sou comunista e marxista, como se para um teólogo com 50 anos de atividade, fosse uma banalidade fazer esta acusação. Sou cristão, teólogo e escritor. Marx nunca foi pai nem padrinho da Teologia da Libertação que ajudei a formular. 

O atual anticomunismo revela a anemia de espírito e a pobreza de pensamento que estão prevalecendo como disfarce para esconder o desastre que significa a economia de mercado, altamente predadora da natureza e agressora de todo tipo de direitos humanos e agora numa crise da qual não sabem como sair. 

Há tempos o Zürcher Zeitung, o maior jornal suiço e pouco depois o Times diziam que o autor mais lido hoje é Marx. Não só por estudiosos, mas por banqueiros e financistas conscientes que querem saber por que seu sistema foi a falência e por que tem tantas dificuldades em sair dele, se é que encontram uma saída que não signifique mais sacrificio para a natureza (injustiça ecológica) e para a humanidade já sofredora (injustiça social). 

Hoje mais e mais se percebe que este sistema é anti-vida, anti-democracia e anti-Terra. Se não cuidarmos poderá nos levar a um abismo fatal. É uma reflexão que faço contra meus acusadores gratuitos e faltos de razão. Penso às vezes que Einstein tinha razão quando disse:”Existem dois infinitos:um do universo e outro dos estultos; do primeiro tenho dúvidas, do segundo, absoluta certeza”. Estimo que muitos dos anticomunistas atuais se inscrevem nesse segundo infinito. 

É fácil serrar árvore caída e convardia chutar cachorro morto. Pensemos, antes, no presente com sentido de responsabilidade, unidos face a um feixe de crises que nos poderá levar a uma tragédia ecológico-social. Como fazer tudo para evitá-la e garantir um futuro comum para todos, inclusive para a nossa civilização e para nossa Casa Comum. Essa é a questão maior a ser pensada e sobre ela inaugurar práticas salvadoras e não distrair-se com discutir um comunismo inexistente, morto e sepultado. 

Leonardo Boff

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Habemus Papam

Acusado por um conservador norte-americano de ser marxista, Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, negou sê-lo, mas disse que não se sentia ofendido, por ter conhecido ao longo de sua vida muitos marxistas que eram boas pessoas.
A declaração do papa, evitando atacar ou demonizar os marxistas, e atribuindo-lhes a condição de comuns mortais, com direito a ter sua visão de mundo e a defendê-la, é extremamente importante, no momento que estamos vivendo agora.

A ascensão irracional do anticomunismo mais obtuso e retrógrado, em todo o mundo — no Brasil, particularmente, está ficando chique ser de extrema direita — baseia-se em manipulação canalha, com que se tenta, por todos os meios, inverter e distorcer a história, a ponto de se estar criando uma absurda realidade paralela.

Estabelecem-se, financiados com dinheiro da direita fundamentalista, “museus do comunismo”; surgem por todo mundo, como nos piores tempos da Guerra Fria, redes de organizações anticomunistas, com a desculpa de se defender a democracia; atribuem-se, alucinadamente, de forma absolutamente fantasiosa, 100 milhões de mortos ao comunismo.

Busca-se associar, até do ponto de vista iconográfico, o marxismo ao nacional-socialismo, quando, se não fossem a Batalha de Stalingrado, em que os alemães e seus aliados perderam 850 mil homens, e a Batalha de Berlim, vencidas pelas tropas do Exército Vermelho — que cercaram e ocuparam a capital alemã e obrigaram Hitler a se matar, como um rato, em seu covil — a Alemanha nazista teria tido tempo de desenvolver sua própria bomba atômica e não teria sido derrotada.

Quem compara o socialismo ao nazismo, por uma questão de semântica, se esquece de que, sem a heroica resistência, o complexo industrial-militar, e o sacrifício dos povos da União Soviética — que perdeu na Segunda Guerra Mundial 30 milhões de habitantes — boa parte dos anticomunistas de hoje, incluídos católicos não arianos e sionistas, teriam virado sabão nas câmaras de gás e nos fornos crematórios de Auschwitz, Birkenau e outros campos de extermínio.
Espalha-se, na internet — e um monte de beócios, uns por ingenuidade, outros por falta de caráter mesmo, ajudam a divulgar isso — que o Golpe Militar de 1964 — apoiado e financiado por uma nação estrangeira, os Estados Unidos — foi uma contrarrevolução preventiva. O país era governado por um rico proprietário rural, João Goulart, que nunca foi comunista. Vivia-se em plena democracia, com imprensa livre e todas as garantias do Estado de Direito, e o povo preparava-se para reeleger Juscelino Kubitscheck presidente da República em 1965.

1964 foi uma aliança de oportunistas. Civis que há anos almejavam chegar à Presidência da República e não tinham votos para isso, segmentos conservadores que estavam alijados dos negócios do governo e oficiais — não todos, graças a Deus — golpistas que odiavam a democracia e não admitiam viver em um país livre.

Em um mundo em que há nações, como o Brasil, em que padres fascistas pregam abertamente, na internet e fora dela, o culto ao ódio, e a mentira da excomunhão automática de comunistas, as declarações do papa Francisco, lembrando que os marxistas são pessoas normais, como quaisquer outras — e não são os monstros apresentados pela extrema-direita fundamentalista e revisionista sob a farsa do “marxismo cultural” — representam um apelo à razão e um alento.

Depois de anos dominada pelo conservadorismo, podemos dizer, pelo menos até agora, que Habemus Papam, com a clareza da fumaça branca saindo, na Praça de São Pedro, em dia de conclave, das veneráveis chaminés do Vaticano.

Um Papa maiúsculo, preparado para fortalecer a Igreja, com o equilíbrio e o exemplo do Evangelho, e a inteligência, o sorriso, a determinação e a energia de um Pastor que merece ser amado e admirado pelo seu rebanho.

Mauro Santayana - Jornalista 

Fonte:

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

PESQUISA SOBRE QUALIDADE DE VIDA EM SANTA CATARINA É CHANCHADA

"(...) a pesquisa parece DIZER TUDO aos que interessa e REFLETIR EM NADA aos que realmente precisam."
Tem coisa que a gente precisa se orgulhar, tem coisas que precisamos ajudar construir e tem aquelas que a gente precisa questionar sem desqualificar, ou então destruir mesmo. Falo isso pra me ater a pesquisa publicada no Diário Catarinense no inicio desta semana. Pra mim, por si só a pesquisa parece uma grande Chanchada que eu daria nota abaixo dos quesitos avaliados pois a amostra colhida tem caráter de ficção. Para além disso, as diversas interpretações acerca da mesma uma violência a "Razão Sábia" e um culto aberto a "Razão louca".

Digo isso porque tudo pode piorar, quando a gente encontra na página de uma emissora rádio da cidade um texto com caráter de oportunismo leviano requentando os dados fictícios. A gravidade aumenta com a emissora de televisão no jornal do almoço fazendo ufanismo fascista com os mesmos dados vomitando: “Chapecó é apontada como segunda cidade em qualidade de vida” no estado! Qual Chapecó e qual Estado? - Aqui podemos supor que uma atitude “publicista” assim pode acenar pra duas questões: ou a imprensa local é ingênua propositiva, “manipulada e manipuladora”, ou bandida demais mesmo, fazendo questão de mostrar sua face suja e a serviço do que estão.

PRIMEIRO que os dados apresentados em tal pesquisa demonstram que Chapecó não foi além do quesito "REGULAR" (nenhum Bom ou Ótimo) nos principais dados da "Amostra" e na soma geral das cidades em quesitos como SAÚDE e SEGURANÇA ficou na casa do Péssimo. SEGUNDO que afirmar que 73,2% da população de Chapecó considera os índices pesquisados como “ótimo” e “bom” é propaganda falaciosa, irreal, é metafísica numérica que não cabe no exposto. 

A pesquisa é péssima... imprecisa, burlesca e favoreceu apenas o proprietário do instituto que deve ter recebido bem pra fazer. Afinal jogar dinheiro público fora virou prática costumas que geralmente não entra em dados de pesquisas. Mas esses dados apresentados sobre Chapecó são facilmente desconstruído. Principalmente por alguém que aqui nasceu, cresceu e acompanha minunciosamente o que se passa na cidade há 39 anos. Vejamos:

- SEGURANÇA PÚBLICA … não dá pra engolir dados positivos sobre segurança numa cidade como Chapecó que no ano de 2013 já bateu recorde de assassinatos, centenas de tentativas de homicídios, centenas de ocorrências por assalto, brigas, ameaças, porte de armas, tráfico de drogas e influência; 

- SAÚDE PÚBLICA… não dá pra falar que está tudo bem, quando as mães precisam passar horas numa fila do Hospital Municipal da Criança sem atendimento, ou ainda a gente vai marcar consulta de retorno com especialista e ai te dizem que a “cota de gasto da semana acabou”, tenta na próxima;

- DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MEIO AMBIENTE… não dá pra falar em sustentabilidade e preservação ambiental numa cidade que permite a derrubada de Araucárias e Aterro em Áreas de Preservação Ambiental com mananciais de água do Aquífero Guarani;

- MORADIA... não dá pra ter tanta cara de pau em avaliar positivo e qualitativo a questão da Moradia quando o governo municipal além de não fazer uma só casa não solucionou os inúmeros problemas das áreas irregulares. Mas permitiu a abertura de dezenas de loteamentos de seus apadrinhados mesmo em áreas de preservação. Foram esses os entrevistados?

- TRANSPORTE, TRANSITO E MOBILIDADE URBANA... não dá pra apontar dados qualitativos no Transporte público, Trânsito e Mobilidade, quando o transporte é caro de péssima qualidade. No trânsito vai acentuando o caos, e a mobilidade urbana reduzida num calçadão político/estético no centro da cidade. Some-se a isso os quilômetros de calçadas irregulares e desrespeito ao direito dos deficientes.

- CULTURA, LAZER E ESPORTE... não dá pra conceituar qualidade cultural avaliando desfile de carros pela avenida nos finais de semana com péssima música e poluição sonora. Ou ainda, citando um Centro de Eventos a serviço da burguesia faceira e rasteira. E muito menos vincular ''Lazer e Esporte'' meramente ao clube verde série A! 

- ACESSO A COMUNICAÇÃO... não dá pra falar que temos acesso a comunicação, só porque se tem uns programas de rádio tendencioso, jornais impressos que vivem do dinheiro público, ou porque temos 50 mil pontos de acesso pra internet ligados na cidade ao custo de quedas constantes. Isso pra não citar a massiva comunicação fascista vinculando as cores partidárias aos prédios públicos da cidade. 

- EDUCAÇÃO... não dá pra falar em educação qualificada com escolas caindo sobre os alunos, professores em Greve, falta de creches. - Educação de qualidade se mede com resposta qualitativa na produção de ciência e emancipação social e não por reprodução fabricado de dados ideológicos;

- TRABALHO E RENDA... uma coisa é ter vaga de emprego e outra é uma política de valorização e assistência ao trabalhador. Pois uma cidade que apresenta milhares de trabalhadores mutilados por acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, não pode medir qualidade e renda ao trabalhador;

- INFRAESTRUTURA... não dá pra falar em infraestrutura medindo o acesso a elas apenas por uma seleta camada social da cidade. Quando escolas estão caindo por falta de reformas, ruas esburacadas, falta de creches, Ciclovias, Praças de Lazer e viaturas para polícia trabalhar.

De tudo isso o que sobra é a minha vergonha ao me dar conta do quanto tempo gastamos justificando as pessoas que conhecemos há quilômetros daqui pra não se iludirem porque não somos a “Suíça Brasileira” como tanto se tenta vender. Somos um estado de pessoas que batalham pra vencer na vida honestamente, muito diferente dos que passam a vida vendendo o desonesto e falacioso. 

Enfim! Eu quero minha cidade cada vez melhor, mas com a certeza de que ela é real e não fictícia, pois para mim a referida pesquisa parece DIZER TUDO aos que interessa e REFLETIR EM NADA aos que realmente precisam. Mas pra deixar ela mais completa arrisco dizer que faltou avaliar um quesito que faço agora - FALTA DE VERGONHA (nota 10). E viva a sangria de dinheiro público! 

Neuri Adilio Alves
Professor, Filósofo e Pesquisador 

Nota de rodapé:
…..........................................................................................................................................................

A título de curiosidade reproduzo as notas recebidas da CHApecó Gráfica, e não a XApecó real:

ÓTIMO (5)____BOM (4)____REGULAR (3)____RUIM (2)____PÉSSIMO (1) 

- Moradia........................................................................................................................ 3,5
- Infraestrutura ............................................................................................................ 3,5
- Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente ...................................................... 3,2
- Moradia.................................................................................................................... 3,9
- Acesso a Comunicação ............................................................................................ 3,5
- Segurança Pública..................................................................................................... 3,1
- Trabalho e Renda ......................................................................................................3,5
- Transporte, Transito e Mobilidade Urbana................................................................. 3,0
- Cultura, Lazer e Esporte.............................................................................................3,5
- Saúde........................................................................................................................3,0 


Experimenta digerir você também...  Eu tentei!

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A TRAVESSIA DE UM SÉCULO QUE ENCANTA E ADOECE

''A vida é muito mais do que vemos, é fundamentalmente o que sentimos e fazemos, e sem esse respiro da essência a vela da existência se apaga no primeiro sopro.''

Vivemos uma época singular da história humana como viajantes na grande nave do tempo. Somos testemunhas da passagem de um século para outro, talvez o mais fecundo em transformações e deslumbramentos em toda odisseia da humanidade. Dos vultuosos avanços da ciência e produção tecnocientífico ao acúmulo exorbitante do capital. Do consumo desenfreado e desnecessário a liquidez de todos os valores essenciais a vida, como se tudo estivesse sendo conduzido por uma esteira do encantamento efêmero, ao encontro com o nada, com o absurdo.

Se por um lado, poderíamos afirmar que em nenhuma outra fase histórica da humanidade se produziu tanto para tornar a vida mais cômoda, atrativa, dinâmica e superficialmente feliz. Por outro, podemos dizer também que em nenhuma outra tivemos uma imensa massa de indivíduos mergulhados num abismal fosso vazio de sentido para a vida. É esse abismo que se abre no seio existencial dos seres humanos, protagonizadores no palco deste admirável mundo novo, tão plastificado na sua aparência e violentado na essência da vida. Se há um legado que a travessia do século nos trás é este: conviver com tudo e se sentir sem nada.

Porque ela nós trás uma silenciosa e letal crise de sentido, aquilo que o brilhante escritor russo Dostoiévski gestou em suas obras e grandes filósofos dissecaram como ''niilismo'' (nihil), o encontro com o nada. Pesquisas mensuradas em várias partes do mundo, apontam para índices alarmantes e devastadores de suicídios, depressões e estresse. Formando o bloco patológico das doenças existências. 

O que falta? Falta a esperança, a essência que nos foi tirada, a vida roubada, o dia que nos foi tolhido, a ética suprimida. Falta a justiça, a felicidade como essência, o sonho como motor primevo, a poesia. Falta os versos na linguagem do encanto e espanto, falta algo que volte a nos preencher como humanos. Porque estamos mergulhados no absurdo do 'tudo pode e pouco determina', como barcos a deriva sob o olhar atônito do telespectador que nos vê sob o prisma da satisfação, de uma realização fictícia, insólita. 

O escritor vienense Victor E. Frankl, sobrevivente dos campos de concentração nazista em Kaufering e Türkheim, foi um dos primeiros intelectuais do mundo a descrever o 'Ser Humano' como uma unidade apesar da totalidade. Rompendo com isso o determinismo reducionista da psicanálise freudiana que nos 'reduzia e reduz' a uma espécie de 'feixe de energia perversa'. Frankl tinha profundas razões como sobrevivente do holocausto, pois encontrar um sentido para vida está muito além da mera realização dos desejos, ela precisa da essência do todo, do significado. Sentir que a vida pode valer a pena apesar das tempestades, dos sonhos frustrados, do cansaço diário, da esperança vencida, do sofrimento e seus limites. 

A vida é muito mais do que vemos, é fundamentalmente o que sentimos e fazemos, e sem esse respiro da essência a vela da existência se apaga no primeiro sopro. 

Neuri Adilio Alves
Licenciado em Filosofia, Professor Pesquisador e Palestrante.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O ENSINO DA FILOSOFIA NA VIDA DA ESCOLA

Luis Cláudio Calmon e Valéria C. Gomes Calmon

        O pensar, o criar, e o agir consciente libertam o ser humano e o transformam em sujeito de sua história.

        A Filosofia é uma importante ferramenta para que o homem atinja a condição de ser humano em sua plenitude. O que distingue a nossa espécie das demais é exatamente a condição de livres pensadores.
         
 O ser humano é um animal consciente de si próprio e de suas relações com o meio ambiente e com os demais indivíduos. Por isso, passa a ser responsável por todos os processos em que está envolvido.

         A Filosofia é, portanto, uma luz criadora e desafiadora para que as pessoas possam enxergar a realidade de forma mais clara, tornando-se agentes de seu destino.

           A relação da Filosofia com a Educação é visceral. Nesse sentido, tomemos como exemplo as palavras do professor Anísio Teixeira:

“Sendo a educação o processo pelo qual os jovens adquirem ou formam "as atitudes e disposições fundamentais, não só intelectuais como emocionais, para com a natureza e o homem", é evidente que a educação constitui o campo de aplicação das filosofias, e, como tal, também de sua elaboração e revisão”.

      Na antiga Grécia os filósofos eram professores e buscavam renovar os valores da sociedade e construir uma educação melhor e mais efetiva. Anísio Teixeira acrescenta:

“Eram, pois, filósofos e reformadores. Os estudos filosóficos formais nascem, assim, como estudos de educação. Os sofistas foram os "primeiros educadores profissionais" da civilização ocidental”.

             A Educação trabalha o indivíduo como um todo e a Filosofia ajuda as pessoas a elucidar as incertezas, ou seja, buscar os porquês. Sem essa busca a Educação seria repetitiva, fechada em si mesma, assemelhando-se a simples adestramento, treinamento sem criatividade, decadente instrumento ideológico de dominação ou mera formação de força de trabalho a ser explorada por algum grupo dominante de plantão.

            O grande desafio da Educação passa por moldar um ser pensante, formar um estudante para que se torne cidadão integral, orientado por conceitos próprios e valores reais, em prol do desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária.

            A Educação é um caminho a ser percorrido e não simples meta a ser atingida. Durante esse caminho forma-se um conjunto de valores e saberes que levam o homem ao discernimento e à escolha de seu rumo. Somente assim poderá o ser humano considerar-se livre.

           Nesse processo, a Filosofia cria um enfoque crítico e reformador da educação, para auxiliar o educador a mediar o processo de construção do ser como sujeito integral, nas suas dimensões afetiva, social, econômica e moral.

           A Filosofia deve sempre balizar os referenciais teóricos e as práticas educacionais de modo a evitar que se cristalizem em conceitos pétreos e dogmas inquestionáveis. No âmbito da Filosofia e da verdadeira Educação, nada pode ficar ao largo de nova perquirição no sentido evolutivo, sob pena de obstaculizar a identificação da realidade desejável.

          Deve, também, orientar a construção de novos valores e formas de conhecimento intelectual, respeitando a subjetividade do ser e a necessidade de construção de bases éticas, morais e culturais tão relevantes para o desenvolvimento da vida em sociedade.

          Filosofia e educação devem andar juntas na teoria e na prática, pensar e repensar os processos educativos, sem se transformar unicamente em prática exclusiva de especialistas em educação e sim de toda a comunidade educativa, entendendo-se como tal pais, alunos, professores, funcionários, pesquisadores e especialistas em educação.

          Não se pode admitir a educação como processo adstrito à escola. A educação inicia-se em casa e passa pelos múltiplos segmentos do complexo político-social da comunidade que lhe corresponde, assim como pelos inúmeros instrumentos informativos e de divulgação.

         O final do século XX e o início do XXI são marcados pela inquietação mental das pessoas em função da complexidade da vida moderna e dos reflexos da globalização que interferem direta ou indiretamente em nosso comportamento. Nesse cenário emerge a FILOSOFIA como instrumento de perquirição sobre o cotidiano, significados da vida moderna e questionamentos sobre nosso aqui e agora.

         A escola, como agência de veiculação da educação formal, já sentiu esse movimento. Existem estabelecimentos que voltaram a adotar a Filosofia como ferramenta de desenvolvimento do pensar, tendo aulas de Filosofia na grade curricular, e alguns utilizam a Filosofia integrada a outras disciplinas.

          As aulas passam a ser tratadas como excelente exercício do pensar. Há exploração da leitura de textos (os mais diversos - Geografia, História, contos, lendas, romances...) seguida de interpretação dirigida e, após a exploração textual, são introduzidas perguntas filosóficas que determinam o tom da discussão, o caminho da dúvida e da reflexão a serem enfrentadas, tornando riquíssima a experiência do pensar individual e em grupo e gerando um exercício perfeito de reflexão filosófica. 

          O grande papel da Filosofia na educação é esse: gerar dúvida, provocar a desconfiança, instigar a pesquisa e a procura de respostas, promover o desenvolvimento cognitivo através da reflexão sobre as coisas, provocando, enfim, a autonomia de pensar e agir.

          A Educação e a Filosofia instrumentalizam os seres humanos para que possam atingir novos conhecimentos, desenvolver seu potencial criativo, enfrentar desafios, relacionar as informações e tirar as próprias conclusões.

         A Filosofia está cada vez mais presente nos dias atuais, como veículo importante de análise e postura crítica perante todas as situações complexas e difíceis de serem entendidas.

        Concluindo, não podemos deixar de afirmar, sem maiores digressões, que a Filosofia - como modo de reflexão da vida moderna - merece grande estímulo, aplicabilidade e desenvolvimento crescente no âmbito da educação.

Referências Bibliográficas:
TEIXEIRA. ANÍSIO S. FILOSOFIA E EDUCAÇÃO.

Fonte:

domingo, 1 de dezembro de 2013

UMA JUSTIÇA SEM VENDA, SEM BALANÇA E SÓ COM A ESPADA?

Publicado: 01/12/2013

"Com o Ministro Barbosa a Justiça ficou sem as vendas... Só usou a espada para punir mesmo contra os princípios do direito. Não honra seu cargo e apequena a mais alta instância jurídica da Nação."

Tradicionalmente a Justiça é representada por uma estátua que tem os olhos vendados para simbolizar a imparcialidade e a objetividade; a balança, a ponderação e a equidade; e a espada, a força e a coerção para impor o veredito.

Ao analisarmos o longo processo da Ação Penal 470 que julgou os envolvidos na dita compra de votos para os projetos do governo do PT, dentro de uma montada espetacularização mediática, notáveis juristas, de várias tendências, criticaram a falta de isenção e o caráter político do julgamento.

Não vamos entrar no mérito da Ação Penal 470 que acusou 40 pessoas. Admitamos que houve crimes, sujeitos às penas da lei. Mas todo processo judicial deve respeitar as duas regras básicas do direito: a presunção da inocência e, em caso de dúvida, esta deve favorecer o réu.

Em outras palavras, ninguém pode ser condenado senão mediante provas materiais consistentes; não pode ser por indícios e ilações. Se persistir a dúvida, o réu é beneficiado para evitar condenações injustas. A Justiça como instituição, desde tempos imemoriais, foi estatuída exatamente para evitar que o justiçamento fosse feito pelas próprias mãos e inocentes fossem injustamente condenados mas sempre no respeito a estes dois princípios fundantes.

Parece não ter prevalecido, em alguns Ministros de nossa Corte Suprema esta norma básica do Direito Universal. Não sou eu quem o diz mas notáveis juristas de várias procedências. Valho-me de dois de notório saber e pela alta respeitabilidade que granjearam entre seus pares. Deixo de citar as críticas do notável jurista Tarso Genro por ser do PT e Governador do Rio Grande do Sul.

O primeiro é Ives Gandra Martins, 88 anos, jurista, autor de dezenas de livros, Professor da Mackenzie, do Estado Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra. Politicamente se situa no pólo oposto ao PT sem sacrificar em nada seu espírito de isenção. No da 22 de setembro de 2012 na FSP numa entrevista à Mônica Bérgamo disse claramente com referência à condenação de José Dirceu por formação de quadrilha: todo o processo lido por mim não contem nenhuma prova. 

A condenação se fez por indícios e deduções com a utilização de uma categoria jurídica questionável, utilizada no tempo do nazismo, a “teoria do domínio do fato.” José Dirceu, pela função que exercia “deveria saber”. Dispensando as provas materiais e negando o princípio da presunção de inocência e do “in dúbio pro reo”, foi enquadrado na tal teoria. Claus Roxin, jurista alemão que se aprofundou nesta teoria, em entrevista à FSP de 11/11/2012 alertou para o erro de o STF te-la aplicado sem amparo em provas. De forma displicente, a Ministra Rosa Weber disse em seu voto:”Não tenho prova cabal contra Dirceu – mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”. Qual literatura jurídica? A dos nazistas ou do notável jurista do nazismo Carl Schmitt? Pode uma juíza do Supremo Tribunal Federal se permitir tal leviandade ético-jurídica?

Gandra é contundente:”Se eu tiver a prova material do crime, não preciso da teoria do domínio do fato para condenar”. Essa prova foi desprezada. Os juízes ficaram nos indícios e nas deduções. Adverte para a “monumental insegurança jurídica” que pode a partir de agora vigorar. Se algum subalterno de um diretor cometer um crime qualquer e acusar o diretor, a este se aplica a “teoria do domínio do fato” porque “deveria saber”. Basta esta acusação para condená-lo.

Outro notável é o jurista Antônio Bandeira de Mello, 77, professor da PUC-SP na mesma FSP do dia 22/11/2013. Assevera:”Esse julgamento foi viciado do começo ao fim. As condenações foram políticas. Foram feitas porque a mídia determinou. Na verdade, o Supremo funcionou como a longa manus da mídia. Foi um ponto fora da curva”.

Escandalosa e autocrática, sem consultar seus pares, foi a determinação do Ministro Joaquim Barbosa. Em princípio, os condenados deveriam cumprir a pena o mais próximo possível das residências deles. “Se eu fosse do PT” – diz Bandeira de Mello – “ou da família pediria que o presidente do Supremo fosse processado. Ele parece mais partidário do que um homem isento”. Escolheu o dia 15 de novembro, feriado nacional, para transportar para Brasília, de forma aparatosa num avião militar, os presos, acorrentados e proibidos de se comunicar. José Genuino, doente e desaconselhado de voar, podia correr risco de vida. Colocou a todos em prisão fechada mesmo aqueles que estariam em prisão semi-aberta. Ilegalmente prendeu-os antes de concluir o processo com a análise dos “embargos infringentes”.

O animus condemnandi (a vontade de condenar) e de atingir letalmente o PT é inegável nas atitudes açodadas e irritadiças do Ministro Barbosa. E nós tivemos ainda que defendê-lo contra tantos preconceitos que de muitas partes ouvimos pelo fato de sua ascendência afrobrasileira. Contra isso afirmo sempre:“somos todos africanos”porque foi lá que irrompemos como espécie humana. Mas não endossamos as arbitrariedades deste Ministro culto mas raivoso. Com o Ministro Barbosa a Justiça ficou sem as vendas porque não foi imparcial, aboliu a balança porque ele não foi equilibrado. Só usou a espada para punir mesmo contra os princípios do direito. Não honra seu cargo e apequena a mais alta instância jurídica da Nação.

Ele, como diz São Paulo aos Romanos:”aprisionou a verdade na injustiça”(1,18). A frase completa do Apóstolo, considero-a dura demais para ser aplicada ao Ministro.

Leonardo Boff foi professor de Etica na UERJ e escreveu Etica e Moral: em busca dos fundamentos, Vozes 2003.

Fonte: http://leonardoboff.wordpress.com