quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A ESCOLA NÃO É CENTRO DE ADESTRAMENTO


“Fragmentos de minha memória aos 9 anos que se passaram do I Congresso Internacional de educação no ano de 2003!”

Que educação nós queremos para os nossos filhos? Esta é a pergunta que precisa ser refeita em casa. É preciso saltar aos olhos dos pais um olhar ao longe no horizonte. Lá onde inicia o santuário do tempo, na tenra idade onde fomos forjados como suposta matéria bruta, lapidados (as) para as ricas experiências emancipatórias da cidadania futura. Experiência aquela quase como um batismo da educação do 'cagaço' (medo/respeito), aquela iniciada sobre o medo dos corretivos da mamãe e do olhar coercitivo e respeitado do papai,  mas que refletia em bom comportamento na escola.. E para justificar esta necessidade eu quero voltar aos dias 13 e 14 de outubro de 2003, ao I Congresso Internacional de Educação realizado no Anhembi em São Paulo promovido pela Editora Moderna. Como seminarista que se preparava para a vida missionário na Africa Eu estive lá, como mais de mil professores, pedagogos e orientadores de todo Brasil. Foi sem dúvidas um dos maiores e melhores debates sobre a Educação em nosso país.

Um Congresso que seria apenas uma atividade para se trocar informação se tornou um marco de análise da realidade educacional no Brasil. Foi lá que pela primeira e ultima vez tive o prazer de ver, ouvir e aprender com um dos maiores educadores e pedagogos universal a Palestra 'Educação uma Experiência Pessoal' com o genial escritor português José Saramago. Foi como um ritual de iniciação nos acalorados debates que se seguiram a exposição do Nobel Escritor para resgatar a imagem do professor e função especifica da Escola. Pois segundo Saramago a escola não pode assumir o papel de educadora, porque este é o papel da família. A escola é o ambiente onde se deve revolucionar o conhecimento, o lugar onde se estimula o desenvolvimento das potencialidades do estudante, e não o lugar onde se procura lapidar o que já exige implosão.

Ao falar do processo de formação pessoal ele assim descreveu: “ Os meus primeiros educadores eram analfabetos. Durante sete anos não fui educado porque os meus não sabiam ler e escrever, assim como milhões de pessoas no Brasil não sabem ler e escrever.” - Mas é um erro confundir educação (mais complexa e profunda que envolve a família como formadora), com Instrução (relacionada à informação), porque analfabetos não podem Instruir mas apenas Educar. E completou: “ A escola não pode suprir o que porventura, a família não soube ou não quis resolver.” Para Saramago independente das famílias serem humildes ou não, podem ocorrer dificuldades em instruir, mas que os pais não podem fugir da tarefa de educar. Para ele a omissão de responsabilidade educacional familiar acaba se refletindo nas relações na escola. “Há uma situação de crise no interior da sala de aula, que leva muitas vezes, à situação física, com professor humilhado, e à perda do sentido de autoridade, dificultando uma relação capaz de discutir e gerar troca de saberes e conhecimento.” Acrescentou brilhantemente: “os mestres (professores) são os heróis de nosso tempo. É na escola que se aprende os limites da liberdade.”

A abordagem aqui se justifica pela situação enfrentada no Brasil por milhares de professores vitimas dos desafios da falta de limites com que os alunos chegam as salas de aula. Centenas são os casos de conflitos entre alunos e professores, violência, ameaças, e até casos de assassinatos. Milhares são os casos de atos irracionais entre próprios colegas de classe. O fato é que a escola se tornou a receptora legal de uma espécie protótipo de de pequenos delinquentes. Vem se tornando uma espécie de depósito de um bruto material humano, um lugar para adolescentes canalizarem suas frustrações e rebeldia no professor encarregado de ajudar-lhes no processo de amadurecimento no campo do conhecimento.

O sofrimento da escola se amplia no grande numero de professores desvalorizados, abandonados pelos governos, violentados pela cobrança da sociedade por creditar-lhes o papel que não os compete que é educar, quando a função é tão somente ensinar. A escola não pode ser o centro de adestramento para o mercado de trabalho ou qualquer aventura cidadã. A escola precisa superar sua fase de escrava imperativa da poderosa microfísica da politica suja que se apodera do aparelho de Estado, transformando educadores em generais guardiões, doutores da ignorância e especialistas sectários ideológicos, que passam, semestres, fases e anos parasitando os departamentos de gerência da educação formativa. Verdade ainda a ser mais exposta apontando exemplos aqui em nossa cidade com os pesados cabides de parasitas comissionados dos órgãos públicos de educação.

Nós só temos uma saída enquanto esperançosos espectadores de uma profunda revolução educacional em nosso país. É a esperança dos que sonham com maior valorização por parte dos governos, valorização da sociedade, a recolocação da família no compromisso da formação de seus filhos e nossos cidadãos. E o nosso grande papel como membros desta grande família chamada Brasil, para além de meros amigos da escola precisamos ser o fiéis guardiões da integridade funcional e direcional do processo para que possamos continuar creditando a sua fundamental importância pra aquilo do qual nós chamamos de futuro de nossos filhos. Do contrário recontaremos o fim da história num grande 'conselho de classe público' narrando como epopeia trágica a degradação de nosso próprio futuro como nação; como estado e como munícipes.

Trechos de Entrevista do Escritor José Saramago:

“O tempo para refletir, ele é necessário. Pode uma pessoa ser competentíssima mas se ela se tornar uma máquina de trabalhar, isso me parece que é condenar a inanição ou inatividade um órgão que nos custou milênios a criar e desenvolver, uma coisa um pouquito repugnante chamado cérebro. Porque cada vez há mais coisas para saber, e cada vez há menos condições para sabê-las. Então o que acontece é que o saber concentrou-se numa minoria, numa elite. Não é que saibam de tudo, mas estão juntos. E todos juntos são como que uma espécie de intelectual orgânico, ou um cientista orgânico. Como se constituíssem um galáxia de saber. E além disso, há uma imensa massa cada vez maior de ignorantes. Ignorantes que sabem ler, que sabem escrever, que são capazes de ler um jornal mais ou menos, que já têm certa dificuldade em penetrar num texto mais complexo. O problema da massificação do ensino não foi resolvido. As portas da escola e da universidade abriram-se e entraram milhares e milhares de jovens. E o sistema não estava, e continua não estar, preparado para dar a esses jovens o ensino da mesma qualidade que supostamente se pensaria que seria a obrigação do sistema educativo dar.”

“ Escola deveria ensinar a ouvir. Cabe a ela ensinar o aluno a escrever corretamente e também explicar por por que as regras são assim e não de outra maneira. Mas a escola não será o lugar onde se revoluciona a estrutura da língua. Esta tarefa pertence aos escritores, se estes considerarem que têm motivos para fazer.”

Neuri Adilio Alves
Filósofo - Professor, Pesquisador 


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

LÁ O CULPADO JOÃO DE BARRO, AQUI A FALTA DE AGUA


“Lá foi a falta de Luz, aqui tem sido a falta de Água, para todos nós a pertinente ausência de Estado vira um Estado de descaso e vergonha!”

LÁ FOI FALTA DE LUZ:
Os incompetentes papagaios de pirata sempre jogam a culpa das irresponsabilidades ou nas intempéries de ordem natural com seus agentes do meio ambiente ou no que justificam como falha humana mas causadas pelos sucateados mecanismos técnicos. Digo isso porque fatos interessantes ocorreram durante esta semana aqui em Chapecó e Nova Itaberaba. O primeiro envolvendo a Celesc foi a descarada irresponsável explicação que o Responsável Técnico da empresa apresentou para justificar o prejuízo do produtor rural no município de Nova Itaberaba, acusando o pássaro João de Barro como causador do blecaute de energia e natural culpado pelo prejuízo de mais de 10 mil reais sofrido pelo agricultor com a falta de energia.

O fato é que sem energia os ventiladores internos ficaram desativados levando a morte assistida de todos os frangos em 2 horas. Acumulando os prejuízo e as justificativas descabidas da empresa para desonerar suas responsabilidades apresentando laudo primário que joga nas costa (aliás nas asas do João de Barro) a culpa, o produtor precisa entrar na justiça. Precisa cobrar os prejuízo causados pelo descaso da Companhia Elétrica e pela ausência irresponsável de Estado neste município, e se necessário que seja ação coletiva. Porque uma certeza de antemão já se tem, o João de barro não vai se sentar no Banco dos Réus.

Não é possível caros cidadãos que este "João de Barro" venha a tanto tempo sendo o perturbador da ordem social dos prejuízos materiais, da desordem natural e continue voando tranquilo enquanto nada se faz. Há muito tempo a falta de energia é rotina neste município, eu mesmo já fiquei mais de três horas sentado na praça central no ano de 2010 a espera da energia para que o cartório pudesse imprimir um documento para mim. Se o agricultor não entrar na justiça e cobrar pelos seus danos já se cogita segundo informações dos devotos de todos os santos que São Francisco de Assis como santo protetor dos animais deve advogar pelo João de Barro em ação judicial contra o Estado cobrando danos morais por calunia e difamação contra o pássaro!

AQUI FOI A FALTA DE AGUA:
O que muda são os caras de pau, mas as desculpas são sempre as mesmas, sempre sob a mesmas orientações. O Segundo fato da semana é a falta de água no Bairro Bom Pastor, Vila Betinho região do grande São Pedro aqui em Chapecó numa semana de muita chuva. Mas também justificado pela Casan como suposto vazamento naquela região até agora não encontrado. O que gera uma curiosidade e o tamanho deste vazamento e uma provocação aos estudantes de geologia. Pois para faltar água em plena semana de chuva como tivemos é de desconfiar se o 'aquífero guarani' não fez uma ligação clandestina (o popular gato) para abastecer seus lençóis freáticos. VERGONHA! Já estamos esgotados deste 'DESCASODUTO' que Celesc e Casan sob a gerência dos cabideiros parasitas nas malditas administrações do Estado de Santa Catarina e dos Municípios tem trazido a povo, com seus roedores da máquina publica como os Macieski, Varella e Sander.

Em Nova Itaberaba um malandro João de Barro e aqui em Chapecó um buraco negro para a geologia, e para os cidadão os restos putrefato da máquina pública sendo devorada pelos vermes e seu comissionados da politica suja.

É O FIM!!! - Da série semana da desculpa!

Neuri Adilio Alves
Filósofo  - Cidadão - Observador

A LUCIDEZ É UM LUXO DE POUCOS


Há muito tempo que analiso o comportamento das pessoas, de modo mais intenso e expressivo os que vivem por perto. Quanta contradição! ...quanta avareza por detrás do egocentrismo medíocre estupefato da pequenez camuflada na banca vazia das próprias ilusões. Quantos revolucionários na contra mão da história, aparelhando interesses e violentando instrumentos democráticos e libertadores da classe trabalhadora! Quantos camaradas iludidos com o 'status quo' miserável dos que muito falam e pouco fazem, dos que cegam a justiça com os olhos obesos dos próprios interesses!

Quantos amigos professores frustrados com a vida de sala de aula, desestruturados na vida pessoal, feridos na luta ideológica e mergulhado no stress do dia seguinte. Quantos sindicalistas medíocres vendendo na feira do fisiologismo a falsa imagem de defensores dos trabalhadores. Argonautas diários das redes sociais de relacionamento, fetichismo, sexo e perdição. Traindo os trabalhadores, rasgando a ética ideológica e a um só tempo violentando a dignidade de si mesmo e da própria família.

Quantas 'carolas' conhecidas falando de “Deus”, distribuindo o pão amassado pelas mãos que apertam e desvelam as calosas contradições. Repartem este pão 'amassado' com a língua cortante, e 'assado' na boca como um 'forno do inferno' aquecido pelo calor diário das incessantes fofocas, a ser ingerido aos drinques de intromissão na vida alheia. Pão servido diariamente como ritual sagrado e degradado pelo fio condutor das patotas que alimentam a vida diária pelas mentiras e lorotas.

Quantos 'cientistas' dos causos de roda, pintando a imagem de gênio da história, filósofo de hora e artista sem arte. Santa ausência da lucidez naqueles que comungam da estupidez diária da própria invalidez. Amigos distante e conhecidos de perto, mas que formam a negação da negação dos necessários exercícios diários de uma receita de humildade, com recheados flocos de honestidade a ser servido na farta mesa de nossa negada realidade. Retrato explicito de que estudar precisa ser o latejante sintoma da dor na carne, imune a qualquer fármaco e imensurável por qualquer método qualitativo de notas (médias) obtidas, mas sim pelo acumulo que permanece de claro conhecimento, sintoma cada vez mais raro da lucidez.

Quantos de vós tem se colocado em marcha na direção da vitória sobre as próprias limitações? Quantos de vós tem lutado para vencer os vícios malditos acarretados pela posição social, estrutural e financeira? Quantos de vós tem lutado para controlar o ego nojento exposto no palco ridículo de vossas fragilidades. Quantos de vós tem marcado encontro com a dona lucidez? É hora sim de vocês romperem as algemas que os aprisionam no silogismos peripatético de suas próprias contradições. Para que ao atravessarem a encruzilhada da realidade não sejam engolidos pela sombra da história e envenenados na epistêmica mesa do tempo.

Quanto a mim? ... louvado seja minha tamanha pequenez. Pois aos que se encaixarem neste interim dialógico realista fica o exposto. Porque neste areópago onde vivo nunca se precisou tanto de uma visita a trilha dos velhos princípios da ética, da moralidade e da coerência. Porque não são poucos os que precisam de 'piqueniques' recheados de boa conduta; … de 'acampamentos' de honestidade; … de 'excursões' a procura da lucidez perdida. Estamos precisando de uma revoada de novos valores; … de um banho de cultura; um tornado de honestidade; uma avalanche de transparência; uma tsunami de coerência. Só assim se abre a possibilidade de reciclar o 'Lixo da Estupidez', transformando-o em um 'Luxo da Lucidez'. É um desafio …

Neuri Adilio Alves
Filósofo - Humano - Observador 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

UM CÁLICE DE NOVA E COERENTE ALIANÇA

"Senhor Deus confesso que estou curioso para contar os magoados comigo!"



Como não mando dizer e conheço quase 100% dos operários da vinha burguesa pertencente a grande multinacional da fé aqui na diocese de Chapecó, preciso abrir a caixa de pandora e libertar os aprisionados espirítos também. O próprio o evangelho me provoca ao me servir com a 'palavra viva descida do céu': “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, por isso como estou em processo de libertação preciso dizer que muitos padres precisariam mais do que alguns dias de retiro espiritual. Precisariam sim, de um banho de conteúdo, de estudos, de hermeneutica e exegese bíblica, precisariam de um banho de suma teológica e um tornado de moralidade.

Necessitariam sim de muitas quaresmas num ano para penitenciar-se a si mesmos, antes de cobrarem dos cristãos o compromisso com os sacramentos. Afinal incoerência começa quando não mais respeitam o próprio celibato e pra piorar ainda mais, passam a invadir a privacidade da vida conjugal de algumas pessoas. Isso quando não nos salta o desejo de tornar publico certos comentários nos bastidores de bairros e comunidade sobre separação de famílias, recriando aqui na terra (melhor nas comunidades e bairros) uma espécie de Showroom filial do inferno. Coerência meus caros, começa com exercício de espiritualidade pessoal. A algo cada vez mais raro de sentir quando rezam nos altares e muito menos quando balbuciam algum conselho. As pessoas chegam frias as celebrações e voltam geladas pra casa, um dura realidade externada no sentimento de meu grande conhecido, o coerente Pe. Luis Mosconi quando o mesmo disparou: 'em nossas celebrações estamos precisando modificar a benção final, ao invés de dizermos "Ide em paz que o senhor vos acompanhe, precisamos dizer ide em paz e que o Senhor vos alcance”, dado tamanha a pressa que o povo manifesta no fim das frias celebrações! 


Tenho muitos colegas padres aqui, e pelo brasil, sem contar os que hoje estão pelo mundo como na Africa; China; Colombia; Bolivia; Nova Zelândia entre outros. O fato é que sei muito das atitudes e ações de alguns, principalmente os que vivem mais próximos de mim. Sei tanto das belas atitudes como das putrefatas também. Por isso a “moral do cagaço” comigo não tem cadeira cativa, mas apenas alambrado. Estes lixos de pregação que usam nos altares da falsidade moral para mim não passa de resquícios do lixo imoral que existe escondido na suja alva branca ostentada nos celebrativos altares do povo inocente. E não será proibindo bailes em salões de Bairros/Comunidades que vão lavar as manchas do erro e dos vossos pecados cometidos como ritual celebrativo de cada dia. 


Que glorificada sejas a coragem de quem precisa falar, mesmo que aos olhos da imoralidade justificada isso não passe de uma blasfêmia comunista de quem como eu já se “RETIROu” da fila onde antes serviam a ceia imoral. Mas que antes da retirada fiz questão de tomar deste “cálice da nova, justa e libertária aliança assumida comigo mesmo pela remissão do silêncio antes servida a mim. Só espero que os mesmos pregadores, formados nos antigos e ainda novos CTPLs que levianamente atiram pedras no filósofo Nietzsche o chamando de 'moralista imoral' não sejam os primeiros a esbravejar uma adaptada máxima Sartreana e dizer: 'o Inferno é o Neuri, que me olha, me julga, e tenta manchar minha imoral liberdade de pecar'. Que os deuses da filosofia me absolvam no areópago do tempo, porque nos confessionários da santa madre eu to lascado. Amém!

Neuri Adilio Alves
Humano - Filósofo - Pecador 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

PROFESSOR PROVOCAÇÃO

Dia 5 de outubro, Dia Mundial do Professor. Dia 15 de outubro, Dia Nacional do Professor. Mês ideal para prestigiar o professor, valorizá-lo, provocá-lo. 

Provocar o professor é despertar nele um provocador social, cultural, educacional. Um dos maiores atores brasileiros, Antônio Abujamra, é um professor atuando em seu programa Provocações, da TV Cultura. Seu rosto, tomando a tela inteira, declama (reclama) poemas provocadores. Ele não entrevista quando entrevista. Ele não recita enquanto recita. Ele interpreta como nunca. 

Ele finge, fingindo que não está fingindo. Ele improvisa o ensaiado. Ele provoca por vocação. Ele faz televisão sem dar bola para o Ibope. Ele ensina muito sem muito parecer ensinar. Na docência, como na arte em geral, não bastam as boas intenções para realizar um bom trabalho. É preciso, como dizia a antropóloga norte-americana Margaret Mead, que o professor, diante dos alunos, evite as respostas simplistas, padronizadas, “honestas”, e suscite a verdadeira reflexão. 

O professor provocação atua na sala de aula como se estivesse no palco. E ultrapassa os métodos educativos convencionais para atingir o mais tradicional (e teatral) dos objetivos pedagógicos: ensinar-nos a ver o mundo com novos olhos. 

O professor provocação não obriga ninguém a lutar ou discutir, mas nos desafia a entrar na grande briga contra o comodismo emocional, a preguiça mental, a inércia existencial. 

O professor provocação não insulta, não afronta, não ofende, mas enfrenta e nos ajuda a enfrentar todo e qualquer vestígio de covardia intelectual, de vaidade verbal, de curiosidade caricatural. 

O professor provocação não adota atitudes petulantes ou irreverentes, mas só a sua presença já causa reações, estimula, faz pensar e viver com mais intensidade, afinal. 

O professor provocação, como todo artista, não nasce pronto. Precisa desenvolver sua aptidão para perguntar o irrespondível e responder o imperguntável. 

O professor provocação não perde tempo com a chamada, sua aula arde em chamas, queima cadernos, canetas, livros, e todos os recursos audiovisuais. 

O professor provocação não sabe aplicar provas, mas, ao provocar, reprova tudo aquilo que é mediocridade, falta de imaginação, desinteresse pelo que realmente importa. Mês de outubro é hora de provocar o professor. Para que saia da toca, para que venha à luz, para que, provocando por profissão, provoque as autoridades, e todos possamos fazer muito mais por nós mesmos e pelo país. 

Gabriel Perissé é doutor em Filosofia da Educação pela USP e coordenador pedagógico do Ipep (Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa).

domingo, 14 de outubro de 2012

FÉ - O NOSSO VIOLENTADO CRISTO DE CADA DIA

“Ter fé é dançar na beira do abismo.” 
Friedrich Nietzsche

Me perdoem mas preciso atirar algumas pedras! Me julguem os doentes, os facinoras, os iludidos e enganados de algumas igrejas do movimento Evangélico e Pentecostal e porque não dizer também Movimento Carismático Católico aqui de Chapecó. Abram seus ouvidos, agucem a memória e escondam ainda mais a falta de vergonha, porque eu vou provocar o debate. Ao seus olhos poderei violentar o que vocês chamam de Fé nos altares da mentira e eu chamo de imoralidade no caminho da razão. Escutai-vos: ... há décadas que estudo a relação necessária da espiritualidade humana como necessidade antropológica, sabendo a extensão do que isso significa no campo e visão antropossocial, filosófica, histórica e existencial de nossa trajetória como matéria cósmica; … há décadas que estou mergulhado no grande lamaçal de estudos conceituais exegético e hermenêutico da Fé; … do mesmo modo que há décadas analiso o inflacionado crescimento do cretino mercado (sim eu disse mercado) da fé em Chapecó. Que lixo! ... que nicho! … que vergonha. E e se Ele realmente existe, que tapa no rosto de “Deus”!

Começo meu análise por dizer que poucos empreendimentos cresceram tanto por aqui como as Igrejas em nossa cidade. O mercado de expulsões de demônios esta em voga. Esta grande feira de libertação virou febre; … virou um grande parque de descarrego, um ilustre anfiteatro de 'catarse' da falsa pureza. Estamos vivendo um 'Pentecostes' por manhã com línguas de fogo e tudo mais; uma páscoa por hora com morte e ressurreição e um  Apocalipse por dia aqui na cidade. A demanda por expulsões de demônios se tornou tão grande que já se teme a falta destas forças malignas para tantos especialistas. Não é absurdo afirmar e propor que se alguém aproveitar para montar um fábrica de demônios me larga escala tem tudo para um negócio de alta rentabilidade. É o capitalismo nos devorando pela espiritualidade, pelas fragilidades imaturas da consciência. É 'Deus' sendo “coisificado” nos altares da futilidade. Nas assembleias de mentirosos pregadores, papagaios de capítulos e versículos bíblicos decorados no grande teatro da vida infame. É o filósofo Nietzsche rindo a toa neste grande calçadão das frágeis e vazias crenças da urbe cristã, … é o 'Pão Nosso' de cada dia sendo devorado pelos ratos de plantão; … é o 'Pai Nosso' que estava no céu, trazido a terra sendo pisoteado pelas mentiras teatrais dentro de algumas igrejas.

Então meus caros elevai-vos comigo as antigas portas para que a verdade enfim possa entrar. Pois neste ano eleitoral  vocês que cretinos que tanto atiram pedras nas imagens dos santos católicos; mas celebraram durante três meses o Pão e Circo Eleitoral em vossas igrejas. Servindo como 'Ceia Fascista' na entrada e faixada de seus mercados da fé grandes placas e faixas de apoio ao candidato a prefeito eleito de Chapecó. Suas fúteis e vazias pregações voltadas ao apoio do demônio transformado em Deus desde o ano de 2004. Quantos cidadãos iludidos, devorados pelo canibalismo da crença vazia! Pelos fragmentos bíblicos decorados e repetidos como mantras durante seus ridículos cultos de gritaria e erudição da mentira promovidos por vós.

Quem de vós tereis a mesma capacidade de enganar para me provar o contrário? ...onde esta a verdadeira obra de transformação de vós mentirosos de plantão, charlatões da vida social, assaltantes da espiritualidade alheia; mascates das coletas financeiras, afilhados do governo local. Quem de vós que estais a direta do mal (eu disse a direita) poderá dizer o contrário? Quem de vós cidadãos enganados já fez uma exame de consciência e inteligência para se dar conta de que os demônios usam microfones no altares, para lhes ludibriar e fazer a coleta de seus medos, de suas fragilidades? Quem de vós frequentadores me convencerás da existência do diabo para além dos mentirosos que são vosso pregadores? Quem de vós vai procurar entender o que o filósofo descendente de Davi quis dizer quando flechou esta afirmação milenar já talhada como oráculo no templo de Delfos por 'Oh homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo!'; mas transcrita no evangelista São João 8:32, como: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” … porque nesta ceia dos iludidos todos tem tomado como vinho o Veneno da ilusão e se saciado com o 'Pão morto' amassado na terra! 


Neuri Adilio Alves
Filósofo, Professor Pesquisador
Graduado PUC Curitiba/PR 

Esp.PUC Campinas/SP


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

CHAPECÓ - A VERGONHA PÓS ORGIA DEMOCRÁTICA



“Virou prostituição, virou banca de negócios, virou feira da cretinice; virou divã da justificativa.”

O que mais dizer dos que justificam ter negociado seu voto na grande quitanda eleitoral a troco de vale gasolina; placa na casa; adesivo no carro; exame médico; consulta; cesta básica; prótese e pilantragem? O que dizer dos ridículos universitário falidos de justificativas, famintos de cultura ostentando seus carros adesivados, turbinados pelo combustível da contradição? O que dizer de futuros advogados fazendo o papel de pervertores do legalismo eleitoral e vendendo o voto na bacanal grande feira da democracia vencida, da ética falida e a legalista moral falecida? O vigente, o futuro, o possível e real lixo legalista nosso de cada dia!

O que esperar do futuro que tanto se fala, numa cidade que se cala pra verdade dos fatos e se abre a vergonha prostituída dos valores elementares que possibilitariam a solidificação não só da democracia mas de todos os fundamentos que regem mudanças importantes na ordem social? Aqueles que possibilitam os avanços no campo da acessibilidade, que constam como direito sagrado de cada cidadão, na liberdade de se expressar, no direito de revindicar; na certeza de que será atendido.

O que dizer dos envergonhados que iniciaram a semana derrubando as placas de meio salário minimo; limpando os para-brisas de duzentos reais; os para-choques de cinquenta reais e as plotagens de um salário minimo? O que dizer dos envergonhados no reencontro com o amigo de consciência tranquila? ... enquanto os mesmos parecem angustiados a espera que quatro anos passem logo para novamente oferecer sua prostituída consciência no feirão do “quem paga mais” me leva como outdoor?

O que dizer da ressaca dos desvalidos, que entraram a noite comemorando a vitória da elite excludente que não lhes pertence e acordaram madrugada a dentro numa fila de posto de saúde para pegar ficha de ginecologista, dentista; oftalmo, clinico geral etc etc... única realidade que lhes pertence?

O que dizer dos comissionados envaidecidos pelo triunfo do rombo nos cofres públicos, mas nervosos a espera da confirmação de que ainda permaneceram sugando a máquina pública? O que dizer das centenas de secretários, diretores e escalonados dos altos salários, inquietos na incerteza dos valores que ainda podem colocar nos bolsos sem a efetiva fiscalização do legislativo pelo menos até dezembro?

O que dizer daquele que fantasiou-se de pequeno para engolir o cérebro medíocre de seu rebanho de mentes degradadas, coreografando os idiotas de novo como num grande baile a fantasia, e cada um com suas máscaras figurando personagens de mediática ilusão? Que nada! Mais cedo ou mais tarde chegam as tempestades que varrem sujeiras, derrubam supostas fortalezas e trazem novos ares aos campos um dia povoados pela ignorância desordenada e degradada pelo acúmulo de resíduos incompatíveis com a realidade local, real e desnuda.

Eu... eu renovei minhas convicções, … reforçarei minha visão, … afiarei ainda minhas palavras, … povoarei ainda mais minha mente de idéias; … recriarei os dias com certezas, … iluminarei minhas noites sem os segredos da antiética; e recomeçarei todas as manhas convicto de que o tempo da mudança vai chegar. Com ele imensos containers da ética para levar os resíduos sólidos da suja politica estocada por aqui. Porque eu continuarei como a coruja: “vendo tudo, escutando muito e piando pouco... mas piarei com conhecimento de causa, porque minha consciência não tem preço, validade e gosto. Ela é feita de convicção e centenas, milhares de horas de estudos que me trouxeram até aqui! E você?

Neuri Adilio Alves

Filósofo, Professor Pesquisador 
Graduado Pela PUC Curitiba, Especialização PUC Campinas.