quarta-feira, 9 de junho de 2010

 Livro: "Luta, Substantivo Feminino."

O livro traz a história de mulheres torturadas e mortas na ditadura Militar

 

Com relatos como o da jornalista Rose Nogueira, torturada durante o regime militar, o livro "Luta, Substantivo Feminino." A publicação reúne ainda os perfis de 45 mulheres assassinadas e desaparecidas por agentes da ditadura militar no Brasil (1964-1985).

 

Pelo relato de Rose, tem-se uma ideia do que as mulheres sofreram no período. "No meio desse terror, levaram-me para a carceragem, onde um enfermeiro preparava uma injeção. Lutei como podia, joguei a latinha da seringa no chão, mas um outro segurou-me e o enfermeiro aplicou a injeção na minha coxa. O torturador zombava: ‘Esse leitinho o nenê não vai ter mais’. ‘E se não melhorar, vai para o barranco, porque aqui ninguém fica doente.’ Esse foi o começo da pior parte. Passaram a ameaçar buscar meu filho. ‘Vamos quebrar a perna’, dizia um. ‘Queimar com cigarro’, dizia outro.”

Essas são as frases da jornalista que constam no livro, cujo lançamento teve a participação dos ministros Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, e Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, no auditório da Pontífica Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

"Este livro é o que chamo de terceiro filho do Direito à Memória e à Verdade, lançado pelo presidente Lula, em 2007. Há muitos enfoques a serem completados sobre a ditadura militar e o da mulher era um deles", disse Vanucchi.

Para Nilcéia, o livro é "mais um elemento para deixar o passado vivo e , assim, construirmos um presente e um futuro sem temores". "A impressão que tenho lendo os livros de história é que este país foi construído apenas pelos homens. Este livro resgata a contribuição das mulheres para reconquistar a liberdade e na reconstrução da democracia brasileira", completou a ministra.

Com tiragem inicial de 2,5 mil exemplares, a publicação reúne os perfis de 45 mulheres assassinadas e desaparecidas por agentes da ditadura militar no Brasil (1964-1985), cujos casos foram julgados pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos em 15 anos de atividade. A obra ainda traz informações sobre as circunstâncias em que essas mortes e desaparecimentos ocorreram.

Em praticamente todos os casos relatados, as vítimas morreram em decorrência das torturas, foram executadas ou passaram a ter seu destino desconhecido por seus familiares e amigos. Para não deixar que tais horrores caiam no esquecimento e contribuir para a elucidação desse terrível episódio de nossa história, o livro Luta, substantivo feminino apresenta também depoimentos corajosos de 27 mulheres que sobreviveram às torturas.

No seu discurso, Vannuchi comentou que, apesar de ter sido barbaramente torturada no período militar, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ficou de fora do livro para "evitar qualquer comentário de que a publicação tenha conotações políticas". No auditório da PUC, o ministro pronunciou o nome de algumas das sobreviventes cujos depoimentos estão no livro e todas foram aplaudidas de pé pelos estudantes.

"Estou muito feliz em ver que a geração de vocês vê a ditadura com um olhar de história, e não carrega as duras marcas que a minha geração tem, e está aqui hoje, prestigiando o evento", disse Vannuchi.

A secretária de Políticas das Mulheres disse ainda que tinha a "esperança renovada toda vez que venho à uma universidade e vejo a juventude comprometida com o futuro".

A estudante do quinto ano de direito da PUC, Graziela Santos, foi ao evento e disse que há muito tempo não via o auditório lotado como hoje no lançamento do livro. "Semana passada, teve um evento internacional com apenas dez pessoas", disse. A aluna, que está estudando a questão da tortura sob a orientação de um professor de direitos humanos, comentou que acha importante a publicação de livros como este. "Os torturadores sempre vão existir, é por isso que precisamos nos fortalecer como um Estado democrático de Direito".
Fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia

Minas Gerais: unidade pró Dilma, problemas para Serra

 
Minas Gerais foi cenário, nesta terça feira (dia 6) de dois acontecimentos reveladores dos rumos da campanha presidencial faltando apenas um mês para a abertura oficial da caça ao voto (que ocorrerá em 6 de julho).

Em Belo Horizonte, o PT, o PMDB e os partidos da base do governo anunciaram a unidade em torno da candidatura do peemedebista Hélio Costa para o governo do Estado, com o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT) para o Senado, e a possibilidade do ex-ministro Patrus Ananias para vice-governador.

Em Montes Claros, no norte do Estado, o candidato da oposição, o tucano José Serra, tentou exibir uma esquálida musculatura em visita à cidade, com o ex-governador Aécio Neves a tiracolo.

A festa em Belo Horizonte encerra um período de negociações que se acentuaram em maio e culminaram na unidade da base lulista para ganhar o governo estadual e fortalecer Dilma Rousseff entre os mineiros. Base formada pelas forças que governam, hoje, com o presidente Lula e que, com certeza, continuarão no Palácio do Planalto com Dilma. Seu núcleo é formado pelo conjunto das forças democráticas, progressistas e nacionalistas, articuladas em torno do programa de mudanças que a pré-candidata sintetizou na expressão “avançar, avançar e avançar”, bandeira que mobiliza corações e mentes dos brasileiros. E é a viga mestra da coesão para um novo período presidencial e para o protagonismo dos trabalhadores e do movimento social para garantir a continuidade e o avanço nas mudanças.

A chapa anunciada em Minas resultou de um caminho árduo em que a ala petista partidária da candidatura própria ao governo do Estado precisou ser convencida da unidade em torno de Hélio Costa. Os embates, naturais na construção de caminhos comuns entre forças políticas aliadas mas diversas, como o PT e o PMDB, foram (e são) explorados pela mídia ligada ao tucanato, que insiste em intrigas para minimizar a unidade que fortalece o campo lulista em Minas.

Eles não tem outro caminho. O epicentro das enormes dificuldades que o oposicionista José Serra enfrenta está justamente no estado que foi governado por Aécio Neves. A primeira delas foi o fim do sonho de ter o neto de Tancredo Neves como vice de Serra, que os tucanos consideravam fundamental para fortalecer sua pré-candidatura.

Quando ficou claro que Aécio não seria a "mão do gato" nessa empreitada, a lista dos problemas de José Serra escalou uma montanha (mineira?), e os próprios comentaristas tucanos na mídia falam em tensão na campanha oposicionista, onde teria se instalado uma crise de confiança entre os cardeais emplumados.

O encontro de Montes Claros, que a mídia tentou apresentar com cores festivas, escondia um tacape. Quem "não estiver com Serra sai do PSDB", ameaçou o ex-governador Aécio Neves, ecoando a realidade adversa de que o bloco demotucano perdeu o apoio de um terço dos prefeitos que controla. Minas tem 853 municípios, dos quais 256 tem prefeitos do PSDB, do DEM e do PPS. Destes, 79 apoiam Dilma Rousseff ou estão indecisos. Aécio vai recuperar seu apoio a José Serra com ameaças? Reconstruir a unidade pela força? Não parece possível.

A unidade alcançada em torno de Dilma é mais sólida, apesar dos percalços. Foi o próprio Fernando Pimentel que anunciou, via internet, o acerto em torno da candidatura peemedebista de Hélio Costa. "Prevalece o acordo nacional PMDB-PT. Agora é unidade na campanha e energia pra ganhar em Minas e no Brasil", afirmou. O pré-candidato peemedebista seguiu o mesmo tom ao reconhecer que, unidos, PT e PMDB podem ganhar o governo mineiro. "Separadamente, lamentavelmente, não haveria muitas condições de vitória", disse Hélio Costa.

E a deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG), que saudou o anúncio declarando que esta fase está superada, apontou o que há ainda por fazer: "completar a chapa majoritária incorporando o conjunto dos partidos que integram a base".
 
Fonte: http://www.vermelho.org.br/editorial

Pega, ladrão!

Dilma cresce 5 pontos e Serra cai 3 entre abril e maio, diz Ibope

 

Esta tem sido a forma como nossa mídia divulga os resultados das pesquisas nos últimos tempos. Ela dá ao eleitor/leitor certa medida da tendência do momento entre os candidatos. Uma chamada como“Dilma empata com Serra”, poderia ser a alternativa à idéia de movimento. No entanto, os principais jornais do país coincidentemente preferiram algo como “Continua o empate entre Serra e Dilma”. Essa forma passa a ideia que nada mudou e que, consequentemente, os resultados dos esforços de campanha dos dois candidatos são absolutamente iguais. No caso de Serra, facilitado pelos 75% usados na propaganda partidária do DEM(o) veiculada em rede nacional, no período.

A troca, que forneceu “argumentos” aos “especialistas/analistas”, da Folha, Estadão, O Globo e Veja, partiu de equivocada comparação dos dados do Ibope com os resultados de recente pesquisa do Datafolha. Equivocada em dois sentidos. Primeiro, porque aproxima no tempo uma e outra pesquisa, o que tende a mostrar resultados próximos. Segundo, porque cada instituto de pesquisas utiliza critérios técnicos de amostragem e de consolidação próprios, o que muitas vezes mostra resultados diferentes. Mas, as distorções provocadas pela forma de divulgação das pesquisas não param por aí.

Sobre a tendência dos candidatos nas diversas regiões do País, os jornalões preferem mostrar, estaticamente, a situação dos candidatos. Assim, Serra está à frente da petista no Sudeste e no Sul, enquanto Dilma supera o tucano nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Essa forma, não mostra que a candidatura Dilma cresceu, em relação à ultima pesquisa Ibope, nas cinco regiões brasileiras. Nem diz que Serra caiu em todas elas. Tentativas de manipulação? Coincidência? No entanto, os últimos resultados do Vox Populi, desta segunda-feira (07), desmoralizam a tese do congelamento. O instituto mostra a candidata governista ultrapassando o patamar de 40 pontos. Serra cai a 35. A informação é do Radar-On-line¹, da revista Veja

Deputado tucano monta fábrica de dossiê contra PMDB

Esta manchete poderia perfeitamente substituir aquela que nossos zelosos jornalões unanimemente divulgaram neste fim de semana. Pensando em favorecer Serra, puxaram a ponta de um pavio que pode até detonar a candidatura tucana. É que o grupo do deputado tucano, delegado licenciado, Marcelo Itagiba, do PSDB-RJ, conforme divulgado no Correio Braziliense², montou em 2002 uma usina de arapongagem a serviço do então ministro José Serra. Dinheiro grosso (R$ 1,8 milhão) do Ministério da Saúde. Este mesmo grupo, depois de bisbilhotar Aécio, Dilma e Ciro Gomes, segundo o jornalista Amaury Ribeiro Júnior³, está, hoje, levantando dossiês contra eminências do PMDB, partido que vai indicar o vice na chapa de Dilma Rousseff.

A entrevista que Amaury deu à Folha de São Paulo4, desta segunda-feira, mostra outra má notícia para a campanha de oposição: não passa de um irresponsável factóide a denúncia tucana de que o comando da campanha de Dilma encomendou um dossiê contra Serra. A senha do factóide foi o desencontro das declarações do ex-delegado Onésimo de Sousa e do ex-sargento Idalberto Matias de Araújo à revista Veja e ao jornal O Estado de S. Paulo. Antigo participante da usina de dossiês de Itagiba, Onésimo se ofereceu a Luiz Lanzetta para bisbilhotar o trabalho do ex-companheiro Itagiba contra o PMDB. Lanzetta é dono da empresa que contrata mão-de-obra para a campanha de Dilma.

O ansioso bate-cabeça dos jornais levou o candidato tucano a responsabilizar Dilma por “produzir um novo dossiê anti-tucano”. Interpelado judicialmente pela direção do PT sobre a irresponsável acusação, Serra já adiantou (Folha de São Paulo desta terça-feira) sua resposta: “quem tem que dar explicação é a candidata”. Simples, não? Razões ao jornalista Luiz Carlos Azenha: “Serra bate a carteira e grita: pega ladrão!”

Sidnei Liberal

Médico, membro da Direção do PCdoB – DFFonte: http://www.vermelho.org.br/coluna

 Fidel Castro: No limiar da tragédia

Desde o dia 26 de março, nem Obama nem o Presidente da Coreia do Sul têm podido explicar o que realmente aconteceu com o navio insígnia da Marinha de Guerra sul-coreana - o moderníssimo caça-submarino Cheonan, que participava de uma manobra com a Armada dos Estados Unidos ao oeste da Península da Coreia, próximo aos limites das duas Repúblicas -, deixando 46 mortos e dezenas de feridos.

         Por Fidel Castro, em Portal Cuba        

 
O embaraçoso para o império é que seu aliado conheça, de fontes fidedignas, que o navio foi afundado pelos Estados Unidos. Não existe maneira de eludir esse fato que os acompanhará como uma sombra.

Em outra parte do mundo, as circunstâncias se ajustam igualmente a fatos muito mais perigosos que os do Leste da Ásia e que não podem deixar de acontecer sem que a superpotência imperial consiga formas de evitá-los.

Israel não se absteria de ativar e usar, com total independência, o considerável poder nuclear criado nesse país pelos Estados Unidos. Pensar de outra maneira é ignorar a realidade.

Outro assunto muito grave é que as Nações Unidas tampouco têm alguma maneira de mudar o curso dos acontecimentos e muito em breve os ultra-reacionários que governam Israel se chocarão com a indomável resistência do Irã, uma nação de mais de 70 milhões de habitantes e de conhecidas tradições religiosas que não aceitará as ameaças insolentes de nenhum adversário.

Em duas palavras: o Irã não cederá perante as ameaças de Israel.

Os habitantes do mundo, logicamente, desfrutam cada vez mais dos grandes acontecimentos esportivos, aqueles relacionados com o divertimento, a cultura e outros que ocupam seus limitados espaços de lazer, no meio dos deveres que lhes ocupam grande parte de seu tempo dedicado aos afazeres cotidianos.

Nos próximos dias, o Campeonato Mundial de Futebol que acontecerá na África do Sul lhes arrebatará todas as horas livres de seu tempo. Com crescente emoção, acompanharão as vicissitudes das personagens mais conhecidas. Observarão cada passo de Maradona e não deixarão de lembrar o instante do espetacular gol que decidiu a vitória da Argentina num dos clássicos.

Novamente outro argentino vem surgindo espetacularmente, de estatura baixa, mas veloz, que aparece como raio e, com as pernas ou a cabeça, dispara a bola à velocidade insólita. Seu sobrenome: Messi, de origem italiana, já é bem conhecido e mencionado por todos os fanáticos.

A imaginação deles é levada até o delírio quando chegam as imagens dos numerosos estádios onde ocorrerão as competições. Os projetistas e arquitetos criaram obras jamais sonhadas pelo público.

Aos governos que sempre estão reunidos para cumprir as obrigações que a nova época impôs sobre seus ombros, o tempo é curto para conhecerem a imensa quantidade de notícias que a televisão, o rádio e a imprensa escrita divulgam constantemente.

Quase tudo depende exclusivamente da informação que recebem dos seus assessores. Alguns dos mais poderosos e importantes Chefes de Estado, que tomam as decisões fundamentais, costumam usar os telefones celulares para se comunicar diariamente entre eles várias vezes.

Um número crescente de milhões de pessoas no mundo vive apegado a esses pequenos aparelhos sem que ninguém saiba qual o efeito que terão na saúde humana. Dilui-se a inveja que deveríamos sentir por não ter desfrutado dessas possibilidades em nossa época, que se afasta pela sua vez velozmente em muito poucos anos e quase sem dar-nos conta.

Ontem, em meio à voragem, foi publicado que possivelmente hoje Conselho da Segurança das Nações Unidas poderia votar uma resolução pendente para decidir se é imposta uma quarta rodada de sanções ao Irā, por negar-se a parar o enriquecimento do urânio.

O irônico desta situação é que se fosse Israel, os Estados Unidos da América e seus aliados mais próximos diriam logo que Israel não assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear e vetariam a resolução.

No entanto, se o Irã é acusado simplesmente de produzir urânio enriquecido até 20%, é solicitada imediatamente a aplicação de sanções econômicas para asfixiá-lo e é óbvio que Israel atuaria como sempre, com fanatismo fascista, igual como fizeram com os soldados das tropas de elite lançados de helicópteros, em horas da madrugada, sobre os que viajavam na flotilha solidária, que transportava alimentos para a população sitiada em Gaza, matando várias pessoas e ferindo dezenas que foram depois presas juntamente com os tripulantes das embarcações.

Logicamente tentarão destruir as instalações onde o Irã enriquece uma parte do urânio que produz. Também é lógico que o Irã não se conformará com esse tratamento desigual.

As conseqüências dos enredos imperiais dos Estados Unidos poderiam ser catastróficas e afetariam a todos os habitantes do planeta, ainda mais do que todas as crises econômicas juntas.

Fidel Castro
8 de Junho de 2010

Fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Crise, eleições e partidos

Em meio a um extraordinário vendaval financeiro internacional o Brasil resiste, demonstra vigor econômico e mantém uma perspectiva de crescimento de mais de 6% do seu PIB ainda este ano, exatamente o ano em que a crise atinge a Europa em cheio como uma bomba.

Mas é preciso que o País adote medidas de precaução em relação ao nebuloso cenário mundial. Um quadro de grandes instabilidades econômicas e uma perigosa sucessão de conflitos geopolíticos provocados pela resistência, que se amplia, de vários povos à diplomacia de porrete dos Estados Unidos da América.

A política externa dos EUA mais parece com as atitudes de uma pessoa em crise e descompensada, seguida de perto pelas recentes e violentas agressões do seu aliado incondicional no Oriente Médio, o Estado de Israel. Como se não bastassem os episódios do navio afundado entre as Coréias, a preparação midiática de um ataque anunciado contra o Irã.

Ora, esse cenário não é brincadeira porque mistura tensão militar com econômica em altas proporções e que são suficientes para concluirmos que há no ar cheiro de nitroglicerina pura.

É nesse contexto que o Brasil deve adotar todas as medidas cautelares necessárias a fim de proteger o crescimento econômico tendo como um dos seus pilares o substancial mercado interno, um dos responsáveis fundamentais para que a nação venha atravessando a tempestade em pleno ritmo de economia vitoriosa.

E como não há economia sem subordinação às orientações políticas, a opinião pública nacional, vale dizer, os eleitores brasileiros, estão muito bem atentos ao grau de responsabilidade e competência do governo Lula.

Porque o País e a sua administração estão sendo submetidos a duras provas de resistência e vêm se conduzindo com êxito inquestionável.

A resistência do presidente da República em implementar, no auge da crise, medidas recessivas cobradas pela grande mídia global, semelhantes àquelas implementadas por todos os dois governos FHC, mostrou-se acertada.

E não apenas justas, mas estrategicamente distintas e antagônicas, como políticas econômicas, da linha neoliberal de FHC, e do seu candidato o senhor José Serra.

No andar dessa carruagem será praticamente inevitável o crescimento da senhora Dilma Rousseff como também o declínio do candidato tucano. A outra questão é que não há a menor dúvida sobre o caráter plebiscitário destas eleições. Assim como o futuro incerto de alguns partidos.

Eduardo Bomfim * * Advogado, Secretário de Cultura de Maceió - AL

Fonte: http://www.vermelho.org.br

Unidade e emoção marcam Congresso da UJS SC

A etapa estadual do Congresso da União da Juventude Socialista/ SC reuniu jovens de todas as regiões do Estado, para debater a sua atuação para os próximos dois anos. O congresso contou a participação de antigos e novos militantes, e marcado pela emoção e pela construção coletiva.

Veja as fotos no Flickr: www.flickr.com/photos/ujssc/sets/72157624223646722/
O ato político de abertura do Congresso contou com a participação do deputado federal Claudio Vignatti (PT), do vereador de Florianópolis, Dr. Ricardo Vieira (PCdoB), da coordenadora estadual da UBM, Estela Cardoso, do presidente da União Catarinense dos Estudantes Vander Rodermel, e da presidente estadual da UJS Jouhanna Menegaz.

O momento político pelo qual passa o Brasil e Santa Catarina, os avanços do governo Lula frente aos anos de política neoliberal de FHC e a participação da juventude nas mudanças que levaram o país a outro patamar político, econômico e social foram os eixos das intervenções dos convidados. Vignatti relembrou o início da sua militância na UJS e como esta organização se tornou tão importante na luta do povo brasileiro nestes últimos 25 anos.

“Defender este modelo de governar o Brasil é defender um projeto idealizado pelos movimentos sociais brasileiros. Dilma representa essa continuidade, com a responsabilidade de avançar ainda mais nas mudanças. O que nos deixa mais próximos desta sociedade socialista que desejamos”, afirmou o deputado.

A juventude quer muito mais

Intensas discussões movimentaram o plenário na tarde de sábado, que teve início com o debate da tese do congresso, realizada pelo Diretor Nacional da UJS, Luis Felipe Maciel e pela presidente estadual Jouhanna Menegaz. Foi um momento de reflexão sobre os rumos da organização, que permitiu aos participantes acrescentar elementos ao documento nacional, propondo e ampliando as bandeiras de luta da UJS. “Este é o principal momento do congresso, pois é aqui que podemos, democraticamente, construir a pauta de lutas e ouvir as opiniões de nossa militância”, avaliou Luis Felipe.

Na sequência dos trabalhos, grupos de debates pautaram eixos temáticos essenciais para a construção de políticas públicas para a juventude. Numa das mesas de debate, o ex-presidente da UJS e coordenador do Pontão de Cultura da UFSC, André Ruas falou sobre “Cultura como instrumento de inclusão social”, e emocionou a militância, ao relembrar a história da UJS catarinense.

Eu pulo a catraca sim

Nas últimas semanas, a UJS tem participado ativamente das mobilizações contra o aumento da tarifa do transporte coletivo em Florianópolis. Uma luta que não se limita a capital, pois o aumento de tarifa, em qualquer cidade, é uma questão que afeta a juventude, restringindo o seu direito de ir e vir.

As manifestações tem sido fortemente reprimidas pela Polícia Militar, encurralando os estudantes dentro de universidades e nas ruas da cidade. O congresso tratou do tema, ampliando a discussão para a questão da mobilidade urbana. Esta mesa contou com a participação dos coordenadores da Frente Única Contra ou Aumento da Tarifa Diógenes Breda (DCE da UFSC) e Simara (MPL). “Mobilidade urbana é quando o cidadão pode usufruir plenamente dos espaços urbanos, direito mínimo que precisa ser respeitado”, conclui Breda.

Saúde: um direito da juventude

Saúde da juventude, Sistema Único de Saúde, aborto, drogas. Temas polêmicos, diretamente ligados ao dia a dia da juventude brasileira, que foram debatidos, na mesa de saúde, pelo vereador de Florianópolis e médico Dr. Ricardo Vieira (PCdoB) e pelo membro do Conselho Nacional de Saúde, Ronald dos Santos.

Segundo Ricardo, é de extrema importância que a juventude discuta essas questões, pois elas estão diretamente ligadas à qualidade de vida e aos direitos mínimos das pessoas. “A saúde é consequência das condições sociais em que as pessoas estão inseridas, e por isso precisa ser preservada enquanto direito do povo e dever do Estado”, reforçou.

Um dos momentos mais comoventes do congresso ficou por conta da intervenção de Ronald, que ao relembrar da sua longa história de militância na UJS, ficou emocionado, contagiando todo o plenário. “Estar aqui hoje para mim é muito emocionante, pois falo das coisas pelas quais me dediquei a vida toda, a militância na construção do socialismo e o debate por uma saúde pública, que garanta este direito a todos e todas”, enfatizou.

2010: avançar nas mudanças

A participação da deputada estadual Angela Albino (PCdoB), na manhã de domingo, foi marcada pela discussão acerca das eleições 2010 e a atuação dos jovens socialistas. Dentro desta perspectiva, Angela pontuou que a juventude tem como principal tarefa, neste processo eleitoral, politizar o debate e mostrar aos catarinenses as propostas que estão comprometidas com o povo.

“Para nós, comunistas, a construção de um projeto que avança na política social, que governa para as pessoas, é o caminho que precisamos trilhar para alcançarmos uma sociedade socialista. Em SC precisamos ajudar a construir este pensamento, o que passa pela luta de idéias neste processo eleitoral”, destacou Angela.

Para o presidente da UCE, Vander Rodermel, o segundo semestre será palco de um grande combate ideológico em SC e no Brasil. “Nos últimos 8 anos, nosso Estado não acompanhou os bons ventos da mudança, que levaram o Brasil ao desenvolvimento. A juventude quer uma outra Santa Catarina. Alcançarmos esse patamar político mais elevado e avançado é possível”, declarou.

Plenária Final

A UJS catarinense defendeu uma plataforma eleitoral para o próximo período que contemple mais investimentos em educação, saúde e esporte. Mais universidades públicas, gratuitas e de qualidade em SC, maior valorização dos professores de todos os níveis, democracia plena nas IES e escolas com eleições diretas para reitor e diretores, respectivamente. Uma saúde pública que contemple um atendimento de qualidade a toda população catarinense e que o esporte seja apresentado pra juventude não apenas como regra curricular, mas como um instrumento de inclusão social.

O grande debate sobre o projeto político da UJS para Santa Catarina deixou claro que, nesse processo eleitoral, existem duas propostas distintas para o Brasil. Um que apresenta a oportunidade de aprofundar as mudanças conquistadas no país nos últimos 8 anos e outro que visa o retorno daquilo que representa o retrocesso político, a falta de compromisso com o povo brasileiro.

Em SC não é diferente. Muitos personagens já são conhecidos. Apesar de seus projetos serem idênticos, existe uma novidade que se apresenta como possibilidade real de mudança. Uma novidade que quer elevar a realidade política e de desenvolvimento estadual ao mesmo patamar em que o Brasil se encontra. “Outra Santa Catarina é possível e a oportunidade de tornar o sonho em realidade é agora”, afirma a presidenta da UJS/SC, Jouhanna Menegaz.

Na plenária final, foi dedicado um momento especial para a despedida da militância política na UJS da ex-presidente da UCE, Clarissa Peixoto. “Não me arrependo do caminho trilhado até aqui, pois a UJS é a melhor escola política do Brasil e do mundo. Aprendi lições que vou levar comigo para sempre em minha militância em outras frentes”, ressaltou Clarissa.

Lágrimas não faltaram nas homenagens prestadas pelo presidente da UCE e pela presidente da UJS/SC no ato, tanto por parte da homenageada, da militância no congresso e de quem prestava as homenagens. “A Clarissa me apresentou a UJS, me deu as primeiras orientações e hoje sou muito grata por me apresentar essa que é a maior e mais organizada juventude do Brasil”, afirmou Jouhanna Menegaz.

No final da plenária foi apresentada pela comissão eleitoral do congresso a proposta de nominata de direção da UJS/SC, que foi aprovada na íntegra pelos delegados presentes. “Marcado pela unidade, descontração e responsabilidade, este congresso inaugura um novo período da UJS em SC. Isso fortalece ainda mais a nossa organização para enfrentar o embate político que se avizinha” , conclui jouhanna, presidente reeleita da UJS/SC

Confira a direção eleita:
Jouhanna Menegaz - Dérique Hohn - Matheus Cima - Vander Rodermel - Carina Vitral
Jonas Samoel - Daniel Gaspar - Felipi Gilon - Gabriel Loss - Jonas da Silva - Marcus Vinicius
Rodrigo (Digão) - Tiago Bento


Fonte:
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UNE na Parada LGBT "Por um amanhecer mais colorido"

O Movimento LGBT vive hoje um período histórico. Depois de sua 1° Marcha contra a Homofobia e pela Cidadania LGBT - realizada em Brasília, em 19 de maio -, houve um salto político, e agora com a Parada do Orgulho lgbt no domingo, 6 de junho, sob o tema “Vote Contra a Homofobia, Defenda a Cidadania”, estamos mostrando que o movimento está cada fez mais organizado. Mas ainda há muita luta.


Por Denilson Júnior, diretor LGBT da UNE

Segundo dados da Secretaria Especial de Diversidade Sexual, no ano passado pelo menos 200 homossexuais foram assassinados em nosso país. Tais dados revelam a realidade de opressão, discriminação e violência a que são submetidos milhares de jovens brasileiros todos os dias nas escolas e universidades, e são apontados como o principal motivo da desistência escolar precoce.

Pesquisa da Unesco, realizada em 2004, mostrou que as escolas não sabem lidar com alunos gays. Há um muro de preconceito. Outro estudo encomendado pela Associação da Parada do OrgulhoLGBTde São Paulo traz que 29% dos entrevistados declararam ter sofrido preconceito na universidade. Recentemente um jornal da USP pregou agressão contra homossexuais. Escolas, centros universitários, grêmios e outros locais de sociabilidade estudantil deveriam ser inclusivos e locais igualitários, mas não é o que se vê.

Esses são exemplos explícitos da realidade vivida por pelo menos 10% da população brasileira, ontem e hoje. Gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais têm sido alvo constantes de violência, física e psicológica. Pouco podemos fazer contra isso, a violência é institucional. Não existem leis federais que criminalizam a homofobia, permitindo que atos como os acima mencionados continuem ocorrendo, norteados por uma cultura intolerante de uns, e pelos fundamentalismos de outros. O fato é que, por mais que falemos de declaração universal de direitos humanos, princípios de Yogyagarta, tratados e protocolos internacionais, a violência tem sido política estrutural e consciente do sistema que governa nosso planeta.

Os mesmos princípios que criam trabalhadores escravos, mulheres vítimas de violência doméstica, racismo explicito, trabalho infantil e fome no mundo também são responsáveis por algo além do analfabeto político. É preciso entender, de uma vez por todas que a discriminação e a violência não são erros ou atos impensados. São eixos de um projeto social, que consegue conceber direitos, mas para poucos. Os poucos que vivem no centro, que não são atingidos pela miséria, pelas crises e pela violência.

Mônica, travesti brutalmente assassinada em Salvador, não vivia no "centro". Assim como milhares de mulheres, operários, negros, estudantes e deficientes físicos. Pixote não estava no centro quando morreu. As 111 vítimas da direita no massacre do Carandiru também não. Eldorado de Carajás sempre esteve longe do centro. O centro está em Copacabana, Jardins, Morumbi, Cambui. E ali habitam os sócios do pequeno clube, homens, brancos, heterossexuais, cristãos, ricos e esteticamente perfeitos, pelo padrão da metrópole.

Nossas relações são marcadas pela opressão, de classe social, gênero, raça e orientação sexual. Enquanto não entendermos isso não haverá avanço, apenas retrocesso. O governo brasileiro deu um primeiro passo nesse sentido, criando o Programa Brasil Sem Homofobia, que tem servido de modelo para diversos outros programas estaduais e municipais.

Infelizmente, para acabar com a homofobia será necessário mais que a criação de Centros de Referência. É preciso coragem para ver que a estrada não termina aí e vai muito além do se que vê; que o problema não está na madeira da porta, mas no alicerce da casa.

Ou desconstruímos esse modelo de sociedade, tencionando cada vez mais a luta de classes, ou seremos apenas um hiato, que não poderá fazer nada além do que uma carta de boas intenções.

É preciso, urgente, definir quem cabe no nosso "todos", como diz nosso colega Beto de Jesus. A travesti pobre, a lésbica negra, o gay afeminado, o menino da Febem e a garota de programa precisam fazer parte do nosso todo.

Assim, a UNE Ubes, ANPG, UEE-SP e Upes marcam presença na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo neste 6 de junho de 2010, e reafirmam suas principais bandeiras de luta na marcha:

* Garantia do Estado laico

* Em defesa da educação laica

* No âmbito do Poder Executivo: cumprimento do plano nacional LGBT, especialmente nas ações de educação, saúde, segurança e diretos humanos, além de orçamentos e metas definidas para as ações

* Do Poder Legislativo: aprovação imediata do PLC (Projeto de Lei da Câmara) n° 122 de 2006, que criminaliza a homofobia.

* Do Poder Judiciário: decisão favorável à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 178, pela união estável homoafetiva.

Fonte: http://www.une.org.br/

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O lado cultural da Aliança de Civilizações

Apresentar novas dimensões aos problemas entre as diferentes culturas e chamar a atenção para questões que afetam diretamente os países como emigração, fome e educação. Estes foram alguns dos eixos temáticos discutidos durante o 3º Fórum da Aliança de Civilizações, que reuniu cerca de 7 mil participantes de 100 países, no Rio de Janeiro.

Por Antônio Campos, no Jornal do Brasil

Realizado entre os dias 28 e 29 de maio, o encontro abordou questões referentes aos conflitos mundiais e diferenças culturais, além de propor soluções, através do diálogo, para superação de conflitos entre as nações A Aliança de Civilizações é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas, cujo objetivo é mobilizar a opinião pública a fim de superar preconceitos e ideias que, muitas vezes, geram conflitos entre países e etnias diferentes. Foi inicialmente proposta pelo presidente da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, na 59º Assembleia Geral das Nações Unidas, logo após os atentados terroristas no metrô de Madri, em 2004.

O que é ser europeu? O evento aconteceu em boa hora, pois métodos para melhorar o convívio ou diálogo entre culturas ou indivíduos, admitindo diferenças, sem discriminações, passou a ser um dos principais desafios do século 21. Atualmente, as relações ou diálogos entre as culturas estão sendo alteradas pelos deslocamentos de imigrantes, como também pela crescente interdependência entre as sociedades pelo efeito da globalização.

Exemplo disso é o que acontece em Los Angeles, segunda cidade em número de mexicanos; Buenos Aires é a segunda em número de bolivianos.

O que significa ser europeu, num continente marcado não apenas pelas culturas de suas antigas colônias, mas também por outras culturas e povos oriundos de migrações ou diásporas pós-coloniais? Recentemente, a Suíça proibiu novas cúpulas de mesquitas. Debate-se na França o uso da burca e a edição de uma legislação proibindo o uso de vestimentas árabes, quando cerca de 1,5 milhão de muçulmanos vivem na região de Paris.

Cresce o medo de terrorismo, na Alemanha, num momento em que a comunidade muçulmana chega a mais de 2 milhões de habitantes.

No seu livro Choque de civilizações, o sociólogo Samuel P. Huntington previu que, depois da Guerra Fria, as disputas se dariam no terreno da cultura e da religião. O historiador Eric Hobsbawm comentou numa entrevista que “hoje o fator xenofóbico do nacionalismo é cada vez mais importante. Tratase de algo muito mais cultural que político”.

Jorge Sampaio, ex-presidente de Portugal e alto representante da ONU no Fórum Aliança de Civilizações, ressaltou duas notas em entrevista recentemente publicada: “Em primeiro lugar, entendo que a governança democrática da diversidade cultural se tornou questão central do desenvolvimento sustentável enquanto o seu quarto pilar, para além das dimensões econômica, social e ambiental.

Em segundo lugar, a questão das relações entre o Ocidente e o islã comporta uma vertente global, e nesse sentido interessa a todos independentemente do tecido étnico, cultural e religioso de cada”.

O Brasil, que é um país mestiço, marcado pela mistura de várias raças, deve ser motivo de estudos quanto à tolerância e convívio entre etnias e culturas. Prescindimos de identidade, porque temos todas elas.

O Brasil pode e deve ser um paradigma importante para o diálogo entre culturas e etnias no mundo contemporâneo.

Esse traço marcante da mistura racial do Brasil foi objeto de estudo, destacandose o sociólogo Gilberto Freyre.

Ultimamente, o Brasil tem papel relevante nas relações diplomáticas internacionais, destacando-se o acordo firmado entre o Brasil, Irã e Turquia, que mostra um caminho de diálogo entre o ocidente e o islã. O cineasta Oliver Stone, diretor do filme P l at o o n , comentou, em visita ao Brasil, que o país é muito importante no mundo, mas que a parceria firmada com o Irã pode não ser bem vista por todos. “Nós queremos paz. Nós não queremos uma guerra. E a situação do Irã pode ser tornar outro caso como o Iraque. Me parece que os Estados Unidos estão interessados em outra marcha para a guerra”, afirmou.

Está no centro da vida contemporânea o desafio de construir pontes, diálogos construtivos de paz, entre culturas que estão em choque real ou aparente, em sociedades cada vez mais interculturais.

É preciso lutar contra os comportamentos de discriminação e de condenação do “diferente”. Resistir contra a tentação fácil da xenofobia e do racismo.

Diálogo é a palavra chave do mundo contemporâneo: entre artes, etnias, religiões, culturas .

Fonte: Jornal do Brasil

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