sexta-feira, 17 de julho de 2015

UMA DÉCADA DEPOIS: o santo me perdoe, relembrar é viver e aprender!

''Daquela experiência uma certeza, eu salvei o Santo de uma diabete.''

Neste domingo completo uma década que deixei a formação sacerdotal e uma bela lembrança me preenche a alma diante do sofrimento das pessoas que perderam tudo nessas semanas de chuva, enchentes e tempestades devastadoras.

Lembrei que enquanto seminarista na paróquia do Jardim Botânico em Curitiba/PR nos meses de maio, junho, julho recolhia dezenas de pequenos e médios Bolos Confeitados na porta da Igreja oferendados a Santo Antônio. Até que certa manhã no gelado mês de junho encontrei 7 pequenos Bolos com o santo amarrado e atolado no creme chantili.

O desamarrei olhei para o lados evitando assim ser julgado como um profano de túnica, olhei para o antiquário de gesso e resina, tive naquele momento a ultima conversa séria com ele dizendo: ''se tens todo esse poder entra em contato com suas virgens sacerdotisas, solteiras ou não e pede a elas que levem os Bolos para matar fome de quem tem fome e não para encher o olhos de quem tem a barriga cheia como eu.''

Relembro isso memorando as pessoas que agora sofrem dificuldades com tantas perdas e se existe um único meio de seremos retribuídos na vida é fazendo as doações para quem realmente precisa. Um bom tomista é o que tem a certeza que é preciso trazer para terra tudo o que foi levado para o céu - pois a vida é tão somente o que ocorre e fazemos por aqui!

Por fim, não sei quantas solteiras e solteiros deixei, mas ao recolher aqueles bolos uma certeza eu sei: 'salvei' o Santo Antônio de uma diabetes.

Prof. Neuri A² - Graduado em Filosofia, Esp. Antropologia Filosófica - PUCCamp/SP - PUC Curitiba/PR.