sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

ESCOLA DE FRANKFURT - 90 ANOS


Este mês de fevereiro a Escola de Frankfurt completa 90 anos de fundação. Sem dúvida uma das grandes referência de organização de intelectuais em torno de estudos paradigmáticos de uma época. Intelectuais como Max Horkheimer, Theodor W. Adorno, Herbert Marcuse, Friedrich Pollock, Erich Fromm, Otto Kirchheimer, Leo Löwenthal, Jürgen Habermas, Walter Benjamin entre outros. Todos encarregados de sintetizar o trabalho de grandes pensadores como Kant, Hegel, Marx, Freud, Weber e Lukács. Embora formado alguns anos depois a Escola é também contemporânea do 'Circulo Viena' outro marco de Estudos no século XX, que se encontrava informalmente antes da Primeira Guerra Mundial e oficialmente a partir de 1919 composto por um conceituadíssimo grupo de teóricos centrado nos estudos que ficou conhecido como 'positivismo lógico'.

Entre erros e acertos o legado recebido da Escola de Frankfurt é o que nos faz apontar questionamentos e novas proposições (criticas fundamentadas) ao universo da vida social iniciada por estes. Desde a fundação da Escola temos convivido com uma espécie de atualização continua de acontecimentos, impactos do desenvolvimento industrial e social sobre cada individuo entre outros. Sempre que se aponta o dedo muito mais com stigma do pré-conceito dos estudos propostos, seja eles ao suposto revisionismo da escola em relação a Karl Marx ou Sigmunt Freud uma única certeza nos afeta a de que a Escola foi maior que nosso silêncio. E para apontar qualquer lacuna precisamos nos romper, nos colocar a caminho, nos aprofundar indo além das firulas de nossas doutrinas. Ou seja, além de tudo aquilo que nos faz fechar os olhos ao que passa ao nosso lado.

O Certo é que a Escola de Frankfurt poderia servir como um grande modelo do qual muitos intelectuais da acadêmia no Brasil precisam para colocar os olhos além da sala de aula ou sala de estudos individual e ver o mundo aqui fora empiricamente. Isso com certeza iria contribuir e muito para que pudéssemos avançar muito nas mais diversas áreas da 'ciência' e 'cultura' como um todo em nosso país. Mas pra isso seria necessário apenas que cada pudesse se despir deste suposto 'universalismo' do intocável, do inquestionável. Desta leveza arrogante que os faz caminhar sobre plumas epistêmicas do individualismo.

"(...) o teórico que se encontra em oposição é considerado às vezes como inimigo e criminoso, às vezes como utopista e alienado do mundo, e a discussão em torno dele não terá um resultado definitivo nem após a morte. O significado histórico do seu trabalho não se estabelece por si mesmo; ao contrário, depende do fato de que atuem por ele e o defendam. Esse significado não faz parte da figura histórica acabada." (Horkheimer, M. Teoria Tradicional e Teoria Critica artigo de 1937, pp. 31-68. p.53)

As divergências são filhas do tempo, solo fértil na construção das mudanças que o mundo tanto precisa. Será sempre na tensão dialética das ideias onde se faz boas colheitas de alternativas que acenam a direção dos bons ventos pra onde sopra as mudanças que cada indivíduo e o mundo seu campo de passagem tanto suscitam! Nada é para sempre, principalmente qualquer ideia que tenha chegado com a intenção de pra sempre ficar.


Professor
Neuri Adilio Alves