sexta-feira, 4 de setembro de 2009

GOLPE EM HONDURAS

 3 de Setembro de 2009 - 23h01

Após visita de Zelaya, EUA endurecem com golpistas de Honduras


O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, comemorou a decisão anunciada nesta quinta-feira (3) pelo governo norte-americano de suspender todos os programas de auxílio que mantém com seu país, exceto a ajuda humanitária. Em uma breve entrevista que concedeu após sua reunião com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, ocorrida em Washington, Zelaya explicou que as novas sanções demonstram que o regime de facto de Roberto Micheletti "está cada vez mais isolado".

Em uma breve entrevista que concedeu após sua reunião com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, ocorrida em Washington, Zelaya explicou que as novas sanções demonstram que o regime de facto de Roberto Micheletti "está cada vez mais isolado". O mandatário também reiterou que sua volta ao poder é uma questão "inegociável"

Nesta quinta-feira (3), o Departamento de Estado norte-americano decidiu suspender "grande parte" das assistências mantidas junto a Honduras. A medida tem como objetivo pressionar o governo de facto a aceitar um acordo que permita a restituição de Zelaya, deposto em um golpe de Estado no fim de junho. O anúncio, feito mediante um comunicado em nome de Ian Kelly, porta-voz da diplomacia dos Estados Unidos, ocorreu durante a audiência entre Hillary e Zelaya.

No texto, Washington diz ainda que não reconhecerá as eleições presidenciais hondurenhas marcadas para 29 de novembro se o chefe de Estado não for reconduzido ao poder.

"Neste momento, não seremos capazes de apoiar o resultado das eleições", afirma a nota. O Departamento de Estado cobrou uma "conclusão positiva" para a mediação do presidente costa-riquenho, Oscar Arias, o que poderia "prover uma base sólida para a legitimação das eleições".

O comunicado indica que "a restauração das assistências canceladas" será avaliada quando houver em Honduras "a volta de um governo democrático e constitucional". Mas, apesar do endurecimento de posição, Washington evitou qualificar a destituição de Zelaya como um "golpe militar".

Funcionários do governo norte-americano acreditam que o valor dos auxílios interrompidos pode chegar a US$ 200 milhões. Antes, os Estados Unidos já haviam suspendido a cooperação militar e paralisaram o serviço de emissão de vistos para cidadãos hondurenhos.

Também nesta quinta-feira, o governo brasileiro anunciou que voltará a cobrar vistos para hondurenhos que venham ao país. A exigência estava suspensa graças a acordos assinados em 2004.


Fonte: ANSA